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Volta do IPI reduz o financiamento de veículos

SÃO PAULO – Mesmo tendo atingido a meta de 2009 em outubro, com um saldo em carteira de R$ 155,116 bilhões, a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef) acredita que o retorno gradual do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) tenha desacelerado a concessão de crédito. A associação, que previa um crescimento de 10% a 15% no ano, com estoque entre R$ 153 bilhões e R$ 160 bilhões, espera chegar o mais perto possível do máximo projetado com os empréstimos nos meses de novembro e dezembro.

No entanto, para o presidente da Anef, Luiz Montenegro, apesar de o IPI “sempre afetar” o volume de negócios, havia uma necessidade de seu retorno. “Se o imposto tivesse continuado com pleno desconto, as vendas poderiam ter sido maiores. No entanto, há a necessidade de um retorno à economia normal, gradualmente, não de uma vez só” , avalia. Mesmo com a volta gradual do IPI, continua ele, novembro foi um mês excelente, diz, sem divulgar os dados. “Em dezembro devemos atingir a meta”, finaliza.

Para 2010, a expectativa de Montenegro é de no mínimo repetir o desempenho alcançado este ano, uma expansão da carteira que deve ficar próxima a 15%. “No nosso setor, temos toda a capacidade para repetir este ano, e até de forma mais agressiva. É isso o que vamos perseguir.” Segundo ele, com a prorrogação do IPI para alguns produtos até junho, mais as medidas anticíclicas tomadas pelo BC sobre os depósitos compulsórios a permanecerem pelo menos até março, além da projeção de crescimento do Produto Interno Bruto Nacional (PIB) na casa dos 5%, não irá faltar crédito nem demanda. “Já há também um crescimento do nível de empregabilidade e aumento da renda”, enumera.

Já os juros médios do setor, chegaram a um patamar inferior ao de agosto de 2008, a 1,45%. No entanto, não é descartado um aumento de taxa no futuro. “Esse é um patamar bastante razoável comparado com nossa série histórica”, diz Montenegro. Segundo ele, a perspectiva de aumento das cobranças se deve à possibilidade de o Comitê de Política Monetária vir a aumentar a taxa básica de juros em 2010 para conter um aumento na inflação. “Essa perspectiva de expansão do Brasil no próximo ano pode pôr em risco a meta de inflação, e a Selic é o instrumento do governo para corrigir isso”, justifica.

Por sua vez, a inadimplência sofreu a quarta queda consecutiva em outubro, chegando a 4,8% em outubro, ante 4,9% em setembro. “Já indica uma tendência de queda. Há perspectiva de chegar a 4,5% em dezembro”, analisa.

Banco

Em outubro, o Banco Mercedes-Benz registrou um crescimento de 25%, na comparação com o mesmo mês de 2008. Foram financiados R$ 275,2 milhões em 2009, contra R$ 219,7 milhões no ano passado. No acumulado do ano, o crescimento foi de 14%, R$ 2,5 bilhões de janeiro a outubro de 2009, ante R$ 2,2 bilhões em 2008.

No acumulado, a linha do Banco de Desenvolvimento Econômico Social para financiamento de máquinas e equipamentos, o Finame, teve alta de 36%, passando de R$ 1,4 bilhão nos dez primeiros meses de 2008 para R$ 1,9 bilhão em 2009. O Crédito direto ao Consumidor (CDC) registrou aumento de 41%, passando de R$ 102,7 milhões de janeiro a outubro de 2008 para R$ 145,3 milhões em igual período de 2009.

A carteira da instituição alcançou R$ 5,6 bilhões, um aumento de 24% ante outubro de 2008, quando tinha saldo de R$ 4,5 bilhões. Desse total, o Finame responde por 69,5% da carteira, o leasing, por 24%, o CDC, por 3,5%, o Floorplan, por 2% e o CDC Serviços, Capital de Giro e Empréstimo Pessoal, 1%.

 

Veículo: DCI 09/12/09