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A companhia aérea Gol divulgou ontem um lucro líquido de R$ 29,3 milhões no primeiro trimestre, um recuo de 61% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a empresa ganhou R$ 61,4 milhões. Já a comparação com o ganho de R$ 397,8 milhões do quarto trimestre de 2009 mostra que o resultado de janeiro a março foi 92,6% menor. O que provocou a queda, segundo o vice-presidente da empresa, Leonardo Pereira, foi a valorização do dólar diante do real no período.
Pereira destaca a margem operacional da companhia, que é a relação entre lucro operacional e receita líquida. A margem ficou em 11,1%. O executivo conta que a meta é encerrar 2010 com margem entre 10% e 13%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e gastos com leasing de aviões foi de R$ 405 milhões de janeiro a março, o melhor resultado trimestral em nove anos de atividade. O montante foi 12,7% maior do que os R$ 359,3 milhões do primeiro trimestre do ano passado. O crescimento foi de 39,6% na comparação com os R$ 290,1 milhões de outubro a dezembro de 2009.
Embora o mercado tenha recebido bem os resultados operacionais da companhia, ele afirma que o desempenho das ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da empresa não conseguiu se descolar do temor generalizado de crise na Europa. Os papéis da aérea fecharam o pregão de ontem cotados a R$ 21,90, uma queda de 5,4%.
A receita líquida da Gol teve expansão de 14%, ao passar de R$ 1,51 bilhão no primeiro trimestre de 2009 para R$ 1,72 bilhão nos três primeiros meses deste ano. O crescimento foi de 6,9% ante o quarto trimestre do ano passado.
“Entendemos que o bom momento da atividade econômica, aliado ao fato de a Gol não ser uma empresa ‘low fare’ de fato [mas sim em relação a sua principal concorrente, a TAM], deve fazer com que a companhia obtenha resultados semelhantes a esses nos próximos trimestres”, afirma o analista de aviação da Link Investimentos, Felipe Rocha, por meio de relatório divulgado ontem.
Veículo: Valor 07/05/2010