,
Loading...

Notícias

Selic em queda acelera a emissão de títulos privados

A promessa de uma retomada dos empreendimentos imobiliários com a facilitação de acesso ao crédito vem tornando as emissões de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) cada vez maiores no Brasil. Sua rentabilidade também vem se destacando com a queda da taxa de juros.

Nesta semana deverá ser registrada na CVM mais uma emissão de CRI. O montante não foi divulgado, mas estima-se que deva ficar entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões. “O CRI tem uma rentabilidade acima da dos demais títulos de renda fixa. A queda da Selic está facilitando a boa remuneração dos certificados. O Private Banking está recomendando aos investidores os CRIs. Outro ponto favorável à emissão dos títulos é a isenção do Imposto de Renda”, revela Eduardo de Barros, sócio da Nova Financial, empresa especializada em securitização.
 
“Vejo uma saída de CRIs, mas não acredito em uma grande emissão do produto porque não supre as necessidades do pequeno investidor. O segundo semestre deve manter a velocidade das emissões, mas o crescimento deve seguir a naturalidade do mercado, isso para emissão de debêntures e notas promissórias”, acrescenta Alexandre Chaia, economista do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).
 
Já para Barros, no segundo semestre deve haver uma melhora nas emissões. “O CRI é um produto que vem tendo um mercado secundário cada vez maior com o aumento da liquidez”, diz.
 
Na última sexta-feira, a BRC Securitizadora realizou uma emissão de CRI num montante de R$ 120 milhões, lastreados em créditos imobiliários de responsabilidade da Petrobras.
 
Outros títulos
 
As emissões de títulos privados no Brasil vêm crescendo conforme a crise financeira internacional apresenta sinais de enfraquecimento. Segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no ano, até o momento, foram realizadas 3 operações com debêntures, que somam R$ 4,2 bilhões. Já as notas promissórias apresentam 25 operações realizadas no ano, com movimentação de R$ 3,5 bilhões.
 
“O que está ocorrendo é um represamento que houve no ano passado por conta da crise mundial. Muitas empresas brasileiras seguraram seus investimentos por conta do momento adverso. Com a leve melhora no primeiro trimestre do ano, as companhias resolveram dar andamento às emissões”, explica Chaia.
 
A CVM ainda não contabilizou a emissão de debêntures realizada na semana passada pela Ultrapar, no valor total de R$ 1,2 bilhão. Com essa nova emissão, o montante financeiro no ano chega a R$ 5,4 bilhões. Além da Ultrapar, a Bradespar fez uma emissão de R$ 610 milhões, a Tractebel realizou uma emissão no valor de R$ 600 milhões e, por fim, a Telemar Norte Leste apresentou a maior emissão do ano até o momento, no valor de R$ 3 bilhões.
 
Debênture é um título de crédito representativo de empréstimo que uma companhia faz junto a terceiros e que assegura a seus detentores direito contra a emissora, nas condições constantes da escritura de emissão. Já a nota promissória é um título cambiário cujo criador assume a obrigação direta e principal de pagar a soma estipulada no título. A nota promissória nada mais é do que uma promessa de pagamento futuro.
 
“O investidor está procurando um investimento de maior rentabilidade e menor risco. A queda da taxa básica de juros também vem colaborando para o aumento na velocidade das emissões realizadas”, afirma o economista.
 
Segundo dados da Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid), o volume das emissões de renda variável e dívida em abril de 2009 apresentaram uma redução de 60,6%, se comparado ao mesmo mês de 2008. Neste mesmo período, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) apresentaram uma redução de 90,6%, enquanto as Notas apresentaram uma redução de 80,7%. O destaque no período foram as debêntures, que aumentaram 928,6%.
 
As captações de longo prazo via emissão de debêntures de janeiro a abril de 2009, excluindo as emissões de leasing e empresas do setor financeiro, apresentaram um aumento de 141,7%, comparado ao mesmo período de 2008, de acordo com a Anbid.
    

Veículo: DCI