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Seis bancos decidem reduzir taxa de empréstimos após o corte da Selic

Vários bancos anunciaram a redução dos juros cobrados em modalidades de crédito após a decisão do Copom do Banco Central de reduzir a Selic de 12,75% para 11,25%. Encerrada a reunião, o Bradesco, o Unibanco, o Itaú, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o Santander anunciaram as novas taxas.

O Bradesco reduziu para os clientes pessoa física a taxa de juros mínima do cheque especial de 4,78% ao mês para 4,70% ao mês, e a máxima de 8,56% ao mês para 8,44% ao mês. No crédito pessoal, a taxa de juros mínima caiu de 3,31% ao mês para 3,26% ao mês, e a máxima passou de 5,91% ao mês para 5,81% ao mês. Na modalidade CDC Veículos, a taxa mínima passou a ser de 1,55% ao mês. Antes da decisão do Comitê era de 1,62% ao mês. E a máxima foi reduzida de 2,68% ao mês para 2,62% ao mês. A modalidade Leasing Veículos também teve suas taxas reduzidas.
 
Para empresas, a taxa mínima da linha de capital de giro caiu de 2% ao mês para 1,98% ao mês e de 5,04% ao mês para 5,02% ao mês na máxima. Os juros da linha de antecipação de recebíveis de duplicatas, cheques e cartão de crédito foram reduzidos de 2,49% ao mês para 2,37% ao mês na mínima, e de 4,52% ao mês para 4,40% ao mês na máxima.
 
O Unibanco informou que vai reduzir a taxa máxima cobrada no crédito pessoal parcelado (CPP) e no cheque especial, para pessoa física. Para empresas, serão diminuídas as taxas máximas cobradas no cheque especial e na linha de financiamento de capital de giro (Unigiro). A redução será de 0,12 ponto percentual sobre as taxas mensais, o que corresponde ao repasse integral do corte de 1,5 ponto percentual efetuado na Selic, que é anual. Os novos valores terão validade a partir da próxima segunda-feira.
 
O Banco do Brasil anunciou a redução dos encargos financeiros praticados em diversas linhas de crédito destinadas às pessoas físicas e jurídicas. As novas taxas são válidas a partir amanhã. “A nova redução dá prosseguimento à estratégia do BB de diminuir gradualmente as taxas de juros de suas operações de crédito”, diz nota da instituição. Desde novembro, realizou quatro reduções de encargos de suas principais linhas de crédito destinadas a pessoas físicas e jurídicas. Com relação ao crédito destinado às empresas, destaca-se a redução no cheque ouro empresarial, cujas taxas mínimas passaram de 5,23% ao mês para 5,11% e as máximas de 7,81% para 7,69%.
 
O Itaú também anunciou redução das taxas máximas de produtos para pessoas física e jurídica, repassando a seus clientes o corte da taxa Selic. Serão beneficiados os clientes que utilizam o empréstimo pessoal parcelado (Crediário Automático para PF e Giropré PJ) e o cheque especial. “Acreditamos que estamos dando nossa contribuição para o estímulo à atividade econômica no Brasil. Ao reduzir novamente suas taxas de juros, o Itaú reforça seu compromisso com o desenvolvimento do País incentivando a expansão da oferta de crédito”, afirmou o presidente da instituição, Roberto Setubal.
 
O corte de 1,5 ponto no juro básico, impensável há uma semana, não tirou o Brasil da liderança isolada entre os maiores pagadores de juros reais do mundo. Segundo o ranking elaborado pela consultoria UP Trend, a taxa acima da inflação prometida para os próximos 12 meses está em 6,5%. A Hungria vem em segundo, com 6,2%, seguida da Argentina, com 4,3%.
 
No entender da LCA Consultores, o comunicado da decisão trouxe redação mais cautelosa, “provavelmente porque o BC quer evitar que se forme um consenso de mercado de que novos cortes agressivos estão por vir”. A curva projetada para a Selic foi mantida pela consultoria, prevendo uma redução adicional de 0,75 ponto em abril e a sua posterior manutenção em 10,5% ao ano por vários meses. ” Vale alertar, todavia, que parecem vir aumentando as chances de que um relaxamento monetário maior do que ora prevemos venha a ser implementado”, reconhece ela.
 
Entidades do setor produtivo divulgaram notas cobrando posturas ainda mais ousadas do BC para enfrentar a crise. Para Fecomercio, o Copom deveria ter sido mais audacioso na decisão de corte da taxa básica, em razão do agravamento do “processo crítico” da economia mundial e brasileira. “A redução foi insuficiente. O cenário internacional está pior do que o BC tinha por hipótese meses atrás. Outros Bancos Centrais já reduziram suas taxas para algo próximo de zero. Nós ainda estamos em dois dígitos”, diz Abram Szajman, presidente da entidade.
 
A Força Sindical diz, em nota, que a decisão do Copom é “nefasta para os trabalhadores”. “Os insensíveis tecnocratas do Banco Central perderam uma ótima oportunidade de afrouxar um pouco a corda que está estrangulando o setor produtivo, que gera emprego e renda. Infelizmente, mais uma vez, o governo se curva diante dos especuladores”, diz a entidade.
 
Já o presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, acredita que o BC acertou em sua decisão. O corte, além de diminuir a propensão à poupança derivada de um consumidor mais cauteloso, representa uma economia superior a R$ 11 bilhões nas despesas com serviço da dívida indexada à Selic. “O alívio às contas públicas permitirá o fomento aos investimentos, fundamental diante da deterioração dos números de emprego e das previsões de crescimento para este ano; principalmente, quando a trajetória ascendente das despesas permanentes do governo torna o país mais vulnerável à crise. É preciso seguir a receita tradicional: gastos eficientes aliados à uma política monetária mais flexível”, recomenda ele.
 

Veículo: Valor Economico