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Seguradoras disputam apólice da Petrobrás, a maior do País

RIO E SÃO PAULO – A Petrobrás espera para o próximo dia 16 a entrega das propostas para o seguro de todas as suas operações no País, avaliadas em cerca de US$ 80 bilhões a US$ 90 bilhões. Essa é a maior apólice do Brasil e uma das maiores do mundo e cobre plataformas de petróleo, refinarias, transporte dos produtos e danos causados a terceiros.

A Agência Estado apurou com fonte próxima à Petrobrás que seis seguradoras disputam o megacontrato, além de algumas grandes corretoras. A seguradora do Itaú e a corretora inglesa Willis vão participar em conjunto. Outro grupo é formado por Bradesco, a seguradora americana Ace e a corretora JLT. SulAmérica, Allianz e Mapfre também estão no páreo. O contrato é válido por um ano.
 
O atual está com o Itaú. A expectativa, segundo outra fonte ligada a uma das seguradoras participantes, é que os prêmios pagos pela petroleiras às seguradoras este ano fiquem abaixo dos US$ 26 milhões da apólice do ano passado. A razão é que o mercado de resseguros se acalmou depois que a crise financeira deu uma trégua.
 
Em seguros de grande porte como esse, com os chamados riscos industriais, a operação conta com a cobertura de uma resseguradora – que é, mais ou menos, o seguro do seguro. Para assumir um risco superior à sua capacidade financeira, a seguradora é obrigada a repassar parte dele, ou sua integralidade, a uma instituição resseguradora que atua internacionalmente.
 
O resseguro dá solvência aos seguradores e evita quebradeiras generalizadas. As grandes resseguradoras, que absorvem parte substancial do risco, perderam muito com a crise, por conta de apostas no mercado de derivativos. Por isso, no ano passado a colocação do seguro da Petrobrás foi complicada, pois as resseguradoras aumentaram as taxas.
 
O Itaú, que venceu a licitação em 2008, acabou prorrogando o contrato em 2009, com autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Na licitação de 2008, algumas seguradoras pediram prêmios de mais de US$ 35 milhões.
O seguro da Petrobrás envolve três licitações. A maior delas cobre todos os ativos, como as plataformas e refinarias. A segunda é para a movimentação de carga da BR Distribuidora nos aeroportos. A terceira cobre importações e exportações e todos os transportes de carga da estatal. A licitação, que é internacional, está no mercado desde o fim de janeiro. O prazo é de 45 dias.
 
O caso mais notório em que a Petrobrás acionou um seguro de equipamento foi o do naufrágio, em 2001, da P-36, plataforma que operava no campo de Roncador, na Bacia de Santos. O equipamento afundou depois de ser desestabilizado por uma explosão seguida de incêndio, que vitimou 11 trabalhadores.
 
A Petrobrás assinou acordo que lhe garantiu o recebimento, quatro meses depois do acidente, de US$ 496,75 milhões. A maior parte do valor foi destinada à quitação do leasing. Apesar de o seguro ter sido com uma companhia nacional, o acordo foi assinado também por um consórcio de resseguradores internacionais, que detinham 99,02% do risco.

Veículo: O Estado de S.Paulo 06/03/2010