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Santander lucra R$ 2,75 bilhões

O Santander divulgou ontem o balanço de 2008 no Brasil, com modesta evolução dos ganhos, como os demais bancos que já anunciaram os resultados, apesar de ser o primeiro após a compra do Real.

O lucro líquido de 2008 foi de R$ 2,759 bilhões, 3,68% superior ao de R$ 2,661 bilhões apurado em 2007. O balanço foi ajustado para permitir uma comparação entre os dois períodos uma vez que o Real foi incorporado ao Santander somente em agosto, após a aprovação da compra pelo banco central holandês. Os números só levam em conta os resultados recorrentes, excluindo, por exemplo, os ganhos extraordinários com a venda de ações das bolsas, que levariam o lucro de 2007 a R$ 4,6 bilhões; e despesas como a de R$ 571 milhões de amortização do ágio de R$ 26,334 bilhões pago na compra do Real .
 
De toda forma, os resultados obtidos no Brasil representaram 20% do lucro global também anunciado ontem, em Madri, de 8,88 bilhões de euros, 2% abaixo do resultado de 2007, já descontada a provisão de 350 milhões de euros para a compensação oferecida aos investidores prejudicados pelas aplicações em fundos de Madoff. Em 2007, com apenas as operações do Santander, o Brasil contribuiu com 11% dos resultados globais.
 
O presidente do grupo Santander Brasil, Fábio Barbosa, que estava em Madri para a apresentação dos resultados globais, em entrevista à imprensa brasileira pelo sistema de telepresença, explicou que o banco ganhou com as operações com clientes, notadamente com o crédito e serviços, mas teve os ganhos com tesouraria reduzidos pela metade por causa da volatilidade dos mercados de câmbio e taxas de juros.
 
O resultado bruto da intermediação financeira, após as provisões para crédito, caiu 7,7% para R$ 11,897 bilhões em 2008.
 
Ainda assim, a carteira de crédito do Santander cresceu bem menos do que a média do sistema. A carteira total consolidada pro-forma do banco fechou o ano em R$ 139,4 bilhões, 24,5% acima do patamar do fim de 2007. No mercado, o crédito cresceu 31,1% no mesmo período.
 
A carteira de pessoa jurídica cresceu 31% em 2008 para R$ 75,391 bilhões, em comparação com 39,1% do mercado; e a de pessoa física, 18,5% para R$ 58,417 bilhões, em comparação com 24,3%. Segundo Barbosa, um dos motivos de o banco não ter acompanhado o mercado foi a desaceleração das operações de financiamento de veículos. “O Santander demorou para entrar o leasing de veículos, mas depois entrou. Além disso, não acompanhamos a agressividade do restante do mercado em taxas e prazos verificada no início do ano. Depois o mercado ficou mais homogêneo”, afirmou. Outro motivo apontado é o fato de os números do Santander não incluírem a compra de carteiras.
 
Para o próximo ano, Barbosa prevê que a carteira de crédito do Real vai crescer de 15% a 17%, acompanhando mais de perto o mercado, com maior ênfase na pessoa jurídica do que na física. “No mundo todo a discussão é que o crédito parou. No Brasil estamos avaliando quanto vai crescer.”
 
Barbosa afirmou que a emissão de um bônus, quarta-feira, pela Petrobras mostra um início de “descongestionamento” do mercado de crédito internacional, que aliviará também o mercado interno.
 
A inadimplência, medida pelo percentual de operações com mais 90 dias de atraso da carteira total, cresceu de 5% para 5,8%. Mas, segundo Barbosa, isso tem relação com o mix de produtos, ou seja com o menor percentual de operações de menor risco (consignado e financiamento de veículos).
 
A integração dos dois bancos está adiantada. Como Barbosa informou, só não estão integradas as redes de varejo dos dois bancos, o que exige intenso trabalho da área de tecnologia. “Cerca de 5 mil programas precisam ser mudados para que isso ocorra”, explicou.
 
A integração será gradual. A partir de março os clientes do Real e do Santander poderão usar as máquinas de autoatendimento dos dois bancos para um leque amplo de operações. A integração total deve acontecer no fim deste ano. Aí então ficará apenas a marca Santander.
 
Barbosa notou que, apesar dos custos de integração, as despesas administrativas cresceram apenas 6,2% para R$ 12,823 bilhões. Ele confirmou que foram feitas cerca de 400 demissões, mas informou que também houve 400 contratações, especialmente para atender as novas regras do sistema de atendimento ao clientes. Afirmou também que está havendo um estímulo para os funcionários de áreas administrativas superpostas se candidatarem para trabalhar na rede de agências, que está em expansão. Em 2008, o banco abriu 49 agências; neste ano serão mais 50. A meta anunciada em agosto é abrir mais 400 até 2010.
 

Veículo: Valor Economico