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Saldo de leasing sobe, mas novos negócios desabam

As novas concessões de leasing despencaram no primeiro bimestre deste ano, segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Leasing (Abel), divulgado ontem. No período, os novos contratos de arrendamento mercantil totalizaram R$ 7,42 bilhões, queda de 36,28% em relação ao apurado em período idêntico de 2008. Isoladamente em fevereiro, o volume de novos negó-cios foi de R$ 3,63 bilhões, 35,5% inferior ao registrado em mês semelhante do ano passado e uma redução de 4,14% comparativamente a janeiro. Osmar Roncolato Pinho, presidente da Abel, disse que a atividade está intrinsecamente relacionada à economia e reflete o desaquecimento verificado a partir do aprofundamento da crise financeira.

“Depois de setembro, ainda que as mudanças no IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) tenham impulsionado o mercado de veículos, tudo está em outro patamar e com o segmento de leasing não é diferente”, afirmou Roncolato Pinho, ressaltando também que a base de comparação é bastante forte, já que em 2008, por conta do aumento do IOF sobre as operações de crédito, houve uma grande migração para o leasing. Até o acirramento da crise, o segmento chegou a acumular taxas médias de crescimento superiores a 60% ao mês em 2008, estimuladas particularmente pelo aumento das vendas de veículos, que respondem por mais de 90% do valor movimentado. “É claro que não teremos essa velocidade, mas, dependendo do crescimento da economia, o leasing vai se recuperar. Já tem crescido mais que o mercado de crédito.”
 
O aquecimento pré-crise engordou a carteira do segmento e amenizou os efeitos da queda no volume de novos negócios neste início de ano. O estoque (saldo do valor presente da carteira) de arrendamento mercantil alcançou R$ 111,71 bilhões ao final de fevereiro, com expressivo crescimento de 54,39% comparativamente ao observado no mesmo mês do ano passado e alta de 4% frente a janeiro de 2009. Otimista, Roncolato Pinho espera que a carteira encerre este ano com crescimento entre 20% e 25% em relação ao final de 2008.
 
O presidente da Abel projeta boa parte da alta para o segundo semestre, quando historicamente a indústria automobilística é mais aquecida, e deverá puxar o segmento de leasing. A boa performance do setor automobilístico neste começo de ano, impulsionado por inúmeras medidas de incentivo do governo, não se traduziu em um maior volume de contratos de leasing porque as compras à vista predominaram, na opinião de Roncolato Pinho. Para este primeiro semestre, o executivo, recém-eleito presidente da Abel, estima estabilidade nos números.

Veículo: Gazeta Mercantil