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O aumento das provisões para operações de crédito também afetou o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e provocou uma redução de 11,9% no lucro líquido consolidado da instituição em comparação com o mesmo período de 2008, para R$ 106,5 milhões. Frente aos três últimos meses do ano passado, o recuo foi de 38%. O patrimônio líquido alcançou R$ 3,139 bilhões em março, enquanto os ativos totais somaram R$ 26,501 bilhões.
Segundo o presidente do banco controlado pelo governo gaúcho, Fernando Lemos, foram feitas provisões de R$ 150,2 milhões de janeiro a março, ante R$ 40,7 milhões no mesmo intervalo de 2008 e R$ 55,7 milhões no quarto trimestre do ano passado. A inadimplência, consideradas as operações de crédito vencidas há mais de 60 dias, avançou de 3,3% para 4% de dezembro a março, mas se estabilizou depois disso.
“Esperamos ter chegado ao fundo do poço”, afirmou o executivo. De acordo com ele, os efeitos da crise econômica foram sentidos com mais intensidade no primeiro trimestre pelo sistema financeiro. “Pessoas perderam seus empregos e empresas tiveram redução de faturamento”, comentou. “Mas em abril e maio já percebemos alguma recuperação na demanda por novos financiamentos”.
O novo cenário levou o Banrisul a rever as projeções de crescimento das carteiras de crédito em 2009, de 21% a 25% sobre o estoque de R$ 11,453 bilhões em 31 de dezembro, para 19%. No fim de março as carteiras totais do banco gaúcho somavam R$ 11,833 bilhões, 3,3% acima da posição de dezembro e 33,6% além do montante registrado no mesmo mês de 2008.
A redução das taxas de juros também provocou leve recuo, de 0,9%, nas receitas com operações de crédito e leasing em comparação com dezembro, para R$ 710 milhões no trimestre. Em relação ao mesmo período de 2008, houve alta de 48,2%. Em compensação, a redução do custo de captação gerou ganho de 6,2% em três meses e de 39,3% em 12 meses na margem financeira líquida, para R$ 606,7 milhões, apesar do aumento das provisões.
A carteira de crédito comercial (excluindo câmbio, leasing, crédito rural e imobiliário e financiamentos ao setor público) avançou 3,5% desde dezembro e 34,8% em 12 meses, para R$ 8,745 bilhões. No segmento pessoa física, as altas foram de 8,2% e 33,9%, respectivamente, para R$ 4,250 bilhões. Já as linhas para pessoas jurídicas caíram 0,6% em relação ao fim do ano passado e cresceram 35,6% na comparação com março de 2008, para R$ 4,495 bilhões, informou Lemos.
Veículo: Valor Econômico