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Produção de carros acelera em agosto

Com vendas aquecidas, mesmo depois da retirada de incentivos tributários, a indústria automobilística brasileira registrou em agosto o segundo maior volume mensal de produção neste ano.

Foram 329,1 mil veículos fabricados, 3,4% mais que em julho. Ficou abaixo apenas das 339,7 mil unidades produzidas em março, último mês em que vigorou a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros. Os dados foram divulgados ontem pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
 
Esses números refletem sobretudo o bom desempenho no mercado interno. A comercialização de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) novos em agosto foi 3,5% maior que em julho e 21,2%% superior ao do mesmo mês de 2009.
 
Para o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, a queda da inadimplência pelo 13º mês seguido, o crédito em alta (o saldo do CDC e leasing chegou a R$ 170 bilhões em julho) e o aumento do índice de confiança do consumidor colaboraram para a melhora dos resultados no País.
 
No campo externo, também tem havido recuperação. Apesar da estabilidade das encomendas no mês, o setor já contabiliza US$ 8,03 bilhões em exportações neste ano, 63,7% mais que no período de janeiro a agosto de 2009.
 
EMPREGOS
 
Para dar conta do aumento da demanda, as fabricantes de veículos seguem contratando. Foram 476 vagas abertas em agosto em relação a julho e, em 12 meses, o segmento já admitiu mais de 8.600 pessoas. As montadoras hoje empregam 114.793 pessoas.
 
No entanto, as contratações poderiam ser em ritmo ainda mais forte, não fosse o forte crescimento das importações de carros. Para Belini, esse é um motivo de alerta. “Os importados crescem em ritmo exponencial (representam hoje 18,3% do total comercializado no País), o que preocupa. Esse desequilíbrio gera empregos lá fora”, cita. De janeiro a agosto, os carros fabricados em outros países tiveram expansão de 35,8% em vendas no mercado brasileiro, enquanto a comercialização do produto nacional cresceu 5,7% no País.
O presidente da Anfavea afirma que as empresas do setor buscam ampliar a competitividade para conseguirem melhorar as exportações.
 
De janeiro a agosto, o setor vendeu ao Exterior 489 mil veículos , o que representa alta de 73,2% na comparação com mesmo período de 2009. No entanto, esse volume ainda está aquém do total (509,4 mil) negociado nos oito primeiros meses de 2008. “Há espaço para crescer mais”, afirma Belini, lembrando que no ano passado, os negócios com o mercado externo praticamente pararam, por causa da crise global.
 
Segmento faz ajuste nos estoques, que vinham em alta
 
De acordo com dados da Anfavea, o volume de carros nos pátios das montadoras e das concessionárias reduziu e passou a 329.135 unidades, representando agora 32 dias úteis para desova, frente aos 34 dias contabilizados em julho, quando havia 329.135 veículos para comercialização.
 
O acumulo de produtos estocados era uma das preocupações da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Pesquisa da entidade indicou que em julho, pela primeira vez no ano, os estoques das indústrias ficaram acima do nível esperado. Para Cledorvino Belini, o setor normalizou os estoques. Ele acrescenta que o segmento tem capacidade instalada para crescer. Ele estima que as fabricantes podem fabricar 4,3 milhões de veículos por ano. Em 2010, o setor deve produzir 3,39 milhões de unidades.

Veículo: Diário do Grande ABC 09/09/2010