Operações do BNDES ajudam a puxar o crédito - Abel - Abel

O crédito bancário total na economia cresceu 1,3% de maio para junho, chegando a R$ 1,278 trilhão, ou 43,7% do Produto Interno Bruto (PIB). O crédito direcionado, sobretudo BNDES, teve papel central nessa expansão. Do crescimento de R$ 16,996 bilhões observado no crédito bancário entre maio e junho, 34,2% se referem às operações do BNDES, cujo volume apresentou aumento de R$ 5,808 bilhões. O BNDES responde por 17,3% do crédito bancário da economia.

 

A expansão foi particularmente mais forte nas operações contratadas diretamente pelo BNDES, que tiveram um incremento de 4,3% entre maio e junho. Os repasses feitos por meio de outros bancos tiveram aumento de 1%. “Em geral, as operações do BNDES são contratadas com grandes empresas”, afirma Lopes. “Isso não deixa de ser positivo, porque, ao atender os grandes, o BNDES abre espaço no mercado de crédito para as pequenas e as médias empresas voltarem a tomar empréstimos bancários.”

 

Os financiamentos imobiliários cresceram 3,5% entre maio e junho. Em valores nominais, isso representa uma expansão de R$ 2,389 bilhões, o que significa 14% do aumento do volume de crédito bancário total no período. Outro destaque são os empréstimos consignados, que avançaram 2,6%, respondendo por 11% do incremento da carteira de crédito dos bancos.

 

Os financiamentos tradicionais para a aquisição de veículos, que haviam perdido espaço para as operações de “leasing“, voltaram a ganhar força em junho. Essas operações avançaram 2% no mês, para R$ 83,374 bilhões, depois de terem ficado estacionadas no patamar de R$ 81,5 bilhões nos cinco meses anteriores. As operações de “leasing” para veículos cresceram 0,9% em junho, para R$ 65,115 bilhões.

 

Lopes disse que a recuperação dos financiamentos tradicionais de veículos é uma resposta defasada ao corte no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) feito pelo governo em fins de 2008, quando a alíquota caiu de 3% para 1,5%.