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A demanda por atendimento hospitalar privado cresce à frente da oferta no Rio de Janeiro. A cidade possui apenas dois hospitais voltados para a classe A, o Samaritano e o Pró-cardíaco. Por isso o projeto de construção de uma filial do hospital paulistano Albert Einstein vem atraindo o interesse de empresários. O plano é levantar um centro de alta complexidade, com investimento estimado em R$ 450 milhões. Mas este não é o único projeto voltado para o paciente classe A na cidade do Rio.
A Amil, dona do Samaritano e do Pró-Cardíaco, está construindo na Barra da Tijuca o Hospital das Américas e planeja abrir um espaço separado para o público de alta renda, utilizando as duas marcas, que durante anos foram referência de hospitais para a elite do Rio. Ao todo, a Amil investe R$ 240 milhões na obra, com 395 leitos.
A rede D’Or está erguendo em Copacabana um hospital para pacientes de alta renda. “Estamos investindo R$ 130 milhões para ter um atendimento ‘triple’ A, batizado de Copa Star”, diz José Roberto Guersola, diretor de operações da rede. Apesar de o novo prédio ficar em frente ao Copa D’Or, o diretor acredita que não haverá canibalização. “É difícil tirar pacientes, porque o novo [hospital] é para um segmento muito específico”.
Os hospitais privados ficaram anos sem investir em novos leitos. Em 2005, segundo dados do IBGE, o número de leitos privados era de 10.220. Em 2009, somavam 10.567, com aumento de 3,4%. No mesmo período, o número de usuários de planos de saúde cresceu 27%, para 498.939.
A falta de terrenos na Zona Sul faz com que os novos empreendimentos estejam, a maioria, na Barra da Tijuca ou na Zona Norte do Rio. O mais novo hospital da Rede D’Or, o Norte D’Or, fica em Madureira. Mas como grande parte da população de alta renda mora em bairros como Leblon e Ipanema, a ideia é construir o Einstein na Zona Sul da cidade. O grupo de empresários que vai financiar essa operação – entre eles, Olavo Monteiro de Carvalho, Eike Batista e Armínio Fraga, além do ex-deputado Ronaldo Cesar Coelho – já conseguiu arrecadar cerca de R$ 200 milhões. O dinheiro é suficiente para fazer a obra. No valor estimado inicialmente, de R$ 450 milhões, estavam sendo considerados equipamentos, que deverão ser financiados via leasing.
No grupo, os empresários entram com cotas de R$ 6 milhões ou R$ 10 milhões e tornam-se sócios beneméritos do Einstein.
A busca por terrenos para instalar a filial do hospital paulistano já ocorre há mais de seis meses. Duas possibilidades já foram estudadas: um espaço no Jockey Club, na Lagoa Rodrigo de Freitas, e um terreno que pertence ao Banco Safra e fica na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. O terreno no Jockey não foi aprovado pelo conselho de sócios. As negociações em torno do terreno do Safra travaram e o grupo de empresários prefere que o hospital fique na Zona Sul. Como há poucos terrenos nessa região, a busca agora está em Botafogo, onde ainda é possível encontrar áreas maiores.
Uma opção é usar terrenos que pertencem ao Estado, que serviram de canteiro de obras do Metrô. Também se especula sobre a possibilidade da Amil se desfazer do prédio do Hospital Samaritano ou do Pró-Cardíaco, os dois em Botafogo.
Veículo: Valor – 29/08/2011