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Na crise, Dell e EMC renovam estratégias

Empresas com parceria estratégica desde 2001, a fabricante de computadores Dell e a empresa de equipamentos de armazenagem de dados EMC apostam em estratégias diferentes para lidar com a retração no mercado de tecnologia provocada pela crise econômica global.

Sem apresentar crescimento no país no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2008, a Dell está expandindo este ano a sua rede de revendas, diminuindo a ênfase na venda direta ao consumidor, que sempre caracterizou a empresa. Já a EMC continua a crescer no Brasil, embora o lucro mundial da empresa tenha caído 6% no primeiro trimestre deste ano. Para manter a expansão, a empresa estuda investir no financiamento de seus consumidores. Nesta semana, executivos das duas empresas participaram de um evento sobre o setor de tecnologia, realizado em Belo Horizonte.
 
“A revenda começou ano passado no Norte e Nordeste e desde janeiro no Sudeste, com revendedores em Minas Gerais. Já representa 20% da comercialização da empresa”, disse Marçal Araújo, diretor de canais da Dell. Segundo Araújo, “o modelo de venda direta começou [a sofrer] um processo de exaustão, sobretudo em razão dos custos de frete”. O executivo disse que está descartada, por ora, a possibilidade da Dell ter sua própria rede de lojas. “Houve testes de demanda nos Estados Unidos e a decisão foi por trabalhar com revendedores.”
 
As vendas da Dell estagnaram no Brasil porque a crise atingiu com mais força as pequenas e médias empresas, que estão entre os principais clientes da companhia. Mas o fenômeno não se deu de maneira igual. “A parte de computadores de mesa está congelada, mas a de notebooks tende a crescer, mesmo no cliente corporativo”, comentou Araújo.
 
Voltada às grandes empresas, a EMC tenta focar este ano o pequeno e médio consumidor, inclusive as famílias que contam com quatro computadores por residência e querem ligá-los em rede. “Nosso freio de mão é a questão do financiamento. Se há um ano era possível obter taxas pelo CDI mais 1,5%, hoje não se consegue menos do que a CDI mais 5%”, afirmou Carlos Cunha, gerente geral da EMC.
 
Segundo o executivo, a EMC desenvolve estudos para financiar seu consumidor. “A curto prazo, estudamos nos tornar parceiros de uma empresa de leasing. A médio e longo prazos, talvez venhamos a montar uma empresa específica para tal. Esse é um dos investimentos que estamos avaliando”, disse.
 
A EMC teve no primeiro trimestre um faturamento mundial de US$ 3,1 bilhões, 9,2% a menos do que no mesmo período do ano anterior, sendo 52% desse valor atrelado a vendas nos Estados Unidos. Já a Dell teve uma redução de receita mundial de 23% no primeiro trimestre, segundo informações disponível no site da empresa. O faturamento foi de US$ 12,3 bilhões.
 

Veículo: Valor Econômico