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Corre o risco de ser tímido, com pontos ainda a serem definidos, o conjunto de medidas para impulsionar o financiamento de veículos que está sendo costurado entre Ministério da Fazenda e bancos e que deve ser apresentado até a próxima semana, aponta o jornal Valor Econômico. Consenso, por enquanto, apenas nas medidas que melhoram os aspectos jurídicos envolvidos na recuperação de créditos inadimplentes.
Segundo os bancos, o processo de recuperação de veículos é longo e moroso demais, com pouca possibilidade de sucesso (se recupera nem 15% do que entra em inadimplência) e, além disso, caro (custando, em média, R$ 5 mil). A legislação atual também dificulta o quadro: exige-se que os bancos arquem com eventuais multas e encargos atrasados se quiser leiloar o carro. Há ainda a depreciação natural do preço do veículo. Os bancos esperam ainda padronizar os procedimentos e custos de recuperar veículos entre os Estados.
Fica a dúvida, entretanto, segundo o Valor, de quanto tempo a mudança na regra de recuperação levaria para surtir efeito sobre a concessão de crédito. Em reuniões, calcula-se qual teria que ser o tamanho do estímulo para que as vendas de veículos voltem a girar em torno das 311 mil unidades por mês (média histórica dos últimos três anos). Ante a média até agora de 276 mil veículos, fica ainda a questão de que se não há também uma demanda menor pelas operações de veículos, além de um problema de oferta.
Os bancos também buscam formas mais diretas para estimular a concessão de crédito. O Valor Econômico destaca que fontes afirmam que foi deixada de lado, pelo menos por enquanto, por dificuldades de operação, a criação de um fundo que serviria como seguro contra calotes nos empréstimos de veículos. Estaria em discussão agora, ainda em fase preliminar, a criação de outro fundo, que serviria para baratear a captação de recursos para financiamentos na modalidade.
Dados divulgados pela Cetip referente ao mês de abril devem aumentar a urgência da discussão: houve queda de 13% nos financiamentos no mês em comparação com abril de 2013, e, do total de vendas de veículos, foram financiadas 35,3%, o segundo percentual mais baixo da série histórica.
Fonte: Jornal Valor Econômico – edição de 16/05/2014