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Até setembro, já com o agravamento da crise financeira em marcha, a Caixa Econômica Federal acumulou um lucro líquido de R$ 3,26 bilhões, valor 90% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. O crescimento expressivo do crédito, principalmente para as pessoas jurídicas, impulsionou o resultado, de acordo com a presidente da instituição financeira estatal, Maria Fernanda Coelho.
Especificamente em setembro, a Caixa bateu seu recorde na concessão de crédito para empresas, com a liberação de R$ 4,5 bilhões. O recorde anterior foi em julho desse ano, com R$ 2,8 bilhões. “Vínhamos investindo no melhor relacionamento da Caixa com esses clientes, e isso, de alguma forma, culminou no sucesso. Isso, associado aos problemas de liquidez de alguns bancos, resultou nos bons números”, resumiu o vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival.
O vice-presidente analisou ainda que o crescimento dos desembolsos da Caixa para as empresas em momento de crise se deve à manutenção das taxas e prazos oferecidos aos clientes num cenário de crédito escasso.
De acordo com Percival, a Caixa concentrou suas ações na busca de empresas de médio e grande portes que tiveram dificuldades em tomar crédito de outras instituições. “Não tivemos nenhuma interrupção, e nos aproveitamos do momento de falta de liquidez. Devemos manter esse novo patamar porque manteremos o relacionamento com esses novos clientes”, disse. Neste ano, a base de clientes empresariais da Caixa cresceu em 85 mil.
A concessão de crédito como um todo dentro da Caixa subiu 33% em doze meses, até setembro, para R$ 7,8 bilhões. “O resultado continua a refletir o acerto do início do ano, quando decidimos pela expansão do crédito. Houve também redução da inadimplência. Reflete a estratégia de manutenção das taxas de juros e toda nossa perspectiva de trabalhar sempre com as menores tarifas do mercado”, disse Maria Fernanda. “A escassez de crédito não existe na Caixa”, completou.
Por conta da forte elevação a Caixa Econômica Federal revisou sua projeção para a expansão do crédito comercial neste ano, de 31% para 34%. Somente no crédito a pessoas jurídicas, a estimativa é de crescer 37% neste ano, em relação ao ano passado, informou a executiva do banco.
Market share
O crescimento da base de clientes da Caixa Econômica Federal elevou a participação de mercado do banco tanto em depósitos à vista quanto em poupança e fundos de investimento. Nos 12 meses encerrados em setembro, a base de clientes da Caixa cresceu 9,1%, para 44,293 mil.
Essa elevação foi um dos principais fatores do crescimento de 29,7% no mesmo período dos depósitos à vista, para R$ 11,449 bilhões. Essa alta fez a participação de mercado do banco passar de 8,2% para 10,1% dos depósitos. O mercado como um todo cresceu 5,5% no mesmo período.
Na mesma comparação, os depósitos em caderneta de poupança cresceram 24,2%, atingindo R$ 88,463 bilhões em setembro. O crescimento do mercado como um todo foi de 18,2% e a participação da Caixa passou de 32,6% para 34,2%.
Mesmo em fundos de investimentos, modalidade na qual a Caixa Econômica não tem tradição, houve uma alta expressiva, de 10,5%, para R$ 70,189 bilhões. O mercado cresceu 4,1% nesse segmento e a participação da Caixa subiu de 5,7% para 6,1%.
A instituição financeira, cujo controle pertence ao governo federal, informou que repassou à União R$ 1,5 bilhão do lucro registrado de janeiro a setembro, sob a forma de dividendos. Somados aos repasses de loterias, pagamentos de tributos e encargos, o valor destinado ao governo federal subiu para R$ 4,4 bilhões. O retorno sobre o patrimônio líquido foi de 37,2%.
Ativos e crédito
Os ativos totais da Caixa, no fim de setembro, somaram R$ 276,1 bilhões e o patrimônio líquido da instituição totalizou R$ 12,2 bilhões, com crescimentos respectivamente, de 15,3% e de 16,8% na comparação com o mesmo mês de 2007. Já os ativos administrados pela instituição totalizaram R$ 609,9 bilhões no fim do terceiro trimestre, sendo R$ 212,2 bilhões do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e R$ 70,2 bilhões em fundos de investimento.
Dados da instituição mostram que em setembro de 2007, cerca de R$ 118,9 bilhões, ou 50% dos ativos totais da instituição financeira, estavam aplicados em títulos públicos, enquanto 21% dos ativos estavam aplicados em operações de crédito. Em setembro deste ano, o percentual aplicado em títulos já havia recuado para 41%, ou R$ 112,4 bilhões, enquanto o volume de empréstimos havia avançado para 25% dos ativos totais.
O lucro da Caixa Econômica Federal avançou 90% até setembro deste ano, em relação a igual período de 2007. O banco estatal acumula ganhos de R$ 3,26 bilhões, ante R$ 1,7 bilhão nos nove primeiros meses do ano passado. O crescimento do crédito, principalmente para as pessoas jurídicas, impulsionou o resultado, de acordo com a presidente da instituição financeira estatal, Maria Fernanda Coelho. Especificamente em setembro, a Caixa bateu seu recorde na concessão de crédito a empresas, com a liberação de R$ 4,5 bilhões. O recorde anterior foi em julho deste ano, com R$ 2,8 bilhões. “Vínhamos investindo no melhor relacionamento da Caixa com esses clientes e isso, de alguma forma, culminou no sucesso. Isso, associado aos problemas de liquidez de alguns bancos, resultou nos bons números”, resumiu o vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival.
Por sinal, a estratégia da Caixa é crescer em meio a crise. Além de dar crédito a empresas que não o conseguiram em outros bancos, Maria informou que o banco quer participar de compras. Segundo ela, com a Medida Provisória 443, a Caixa Econômica ganhou carta- branca. “Antes não podíamos nem ter empresa de leasing e financeira, por exemplo. A MP nos dá condições de competição”, disse a presidente.
Veículo: DCI Finanças 06/11/08 Estado: SP