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Localiza faz emissão e amplia frota

A Localiza Rent a Car, que opera a maior rede de locação de veículos do Brasil, prepara duas novas captações para alongar o perfil de sua dívida e sustentar investimentos na expansão da frota. As duas emissões de debêntures programadas pela empresa, que somam R$ 600 milhões, estão em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e devem ser concluídas até o final de outubro.

A primeira operação consiste na colocação de um único papel indivisível, de R$ 300 milhões, a ser adquirido pelo Bradesco. “Devemos concluir a transação dentro de 30 dias”, afirmou Roberto Mendes, diretor de finanças e de relações com investidores da Localiza.

A segunda emissão, programada para outubro, será feita junto a investidores institucionais domésticos, por meio da assessoria de dois bancos. Uma das instituições já foi contratada e ficará encarregada de dar garantia firme à operação, pagando o limite máximo de juros, segundo Mendes, que não divulgou o nome do banco.

“A taxa da operação será ainda definida e deve corresponder a um nível adequado ao nosso baixo risco, tendo em vista que estamos classificados com um rating AA”, disse o diretor da Localiza. De qualquer forma, o executivo espera um aumento no custo da captação. No ano passado, por exemplo, a Localiza emitiu R$ 300 milhões em debêntures de sete anos, pagando a variação do CDI, mais 0,44 ponto. As novas emissões, além de mais caras, terão prazo menor de três anos.

“O mercado mudou e o preço para uma emissão de sete anos teria um custo muito elevado”, afirma Mendes. O aperto no custo das captações já foi sentido. Na emissão de notas promissórias feita pela empresa em maio, pela qual levantou R$ 300 milhões, a remuneração equivaleu ao CDI mais 0,95 ponto.

“Temos observado nas últimas colocações que o mercado tem exigido algo entre 1,5 e 2,0 pontos além da variação do CDI. Devemos ficar nessa faixa, com uma tendência para o limite inferior, devido ao nosso rating”, afirmou o diretor da Localiza.

Segundo ele, além da piora do quadro externo, em decorrência do abalo do mercado norte-americano, contribuiu para a elevação dos spreads domésticos e menor liquidez.

Os bancos, forçados a recolher compulsório sobre as operações de leasing, estão fazendo suas próprias captações, o que tem afetado o volume de recursos disponíveis e as taxas de juros cobradas pelos investidores. “Ocorreu mesmo um aumento da demanda doméstica por recursos”, disse Mendes.

Para aproveitar uma possível melhora do mercado mais a frente, a Localiza estabeleceu, nas suas novas emissões, a possibilidade de resgatar antecipadamente as debêntures dentro de um ano. “Se houver uma mudança positiva do cenário, poderemos quitar esses papéis e trocá-los por outros de prazos mais longos”, disse Mendes.

Do total a ser captado, R$ 350 milhões serão aplicados para alongar a dívida de curto prazo da Localiza, sendo a maior parte (R$ 300 milhões) para resgatar as notas promissórias emitidas em maio. O restante dos recursos (R$ 250 milhões) vai ser investido na expansão da frota, composta por 59.690 veículos.

Veículo: Valor Econômico 1° Caderno 14/8/08 Estado: SP