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Letras de leasing crescem 97% em um ano

SÃO PAULO – O estoque de Letras de Arrendamento Mercantil (LAM) com registro na Cetip cresceu 97% entre abril de 2010 e o mesmo mês deste ano.

Esses papéis são emitidos pelas empresas que oferecem arrendamento mercantil, também conhecido como leasing, e foram criados em dezembro de 2008 para permitir uma fonte de captação que difere da emissão de debêntures.

De acordo com a Cetip – que realiza registro, custódia, negociação e liquidação de ativos e títulos – o valor total do estoque de letras de arrendamento mercantil registradas foi de R$ 400 milhões em abril do ano passado para R$ 784 milhões no mesmo mês deste ano.
Toda a comercialização desses papéis precisa de um registro sob forma escritural, e 100% desse registro é feito na Cetip atualmente. Carlos Ratto, diretor-executivo comercial e de produto da instituição, explica que a emissão dessas letras cresceu principalmente a partir do mês de agosto de 2010, a um ritmo médio próximo de R$ 100 milhões por mês.

Quem adere ao leasing paga uma espécie de aluguel para o uso de determinado bem, com a opção de poder comprá-lo ou não no final do período de duração do contrato.

No Brasil, é um instrumento comumente usado como alternativa de financiamento, e que não foi enquadrado pelas medidas macroprudenciais determinadas pelo Banco Central a partir de dezembro de 2010, que visavam restringir o crédito como um todo. Entre elas, estava a necessidade de valores maiores de entrada em financiamentos e maior exigência de capital dos bancos que oferecem crédito superior a 24 meses.

A partir de dezembro, quando começaram a vigorar as primeiras macroprudenciais, o ritmo de emissões de letras de leasing foi ainda mais forte, saltando de estoque próximo a R$ 600 milhões em janeiro deste ano para cerca de R$ 900 milhões no final de maio, valor que ainda não foi totalmente contabilizado.

“Quem emite tais notas são as empresas que fornecem serviços de leasing. Começou como um instrumento tímido em 2009, com valor de estoque entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões, mas hoje já é extremamente significativo”, diz Ratto.

Em abril, matéria do Valor mostrou que o leasing voltou a ser uma opção interessante para o financiamento de veículos em concessionárias na cidade de São Paulo, após aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de crédito para pessoa física de 1,5% para 3%.

Veículo: Valor – 01/06/2011