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Juro menor faz banco de montadora disparar

Por terem a possibilidade de utilizar a parceria com a matriz para fixar juros abaixo dos praticados pelas instituições financeiras de varejo, os bancos de montadoras podem ganhar espaço no financiamento de veículos.

 Segundo dados do Banco Central do Brasil, entre as dez menores taxas de juros médios para o segmento, no período de 10 de junho a 17 de junho, sete eram bancos de montadoras. O banco de varejo mais bem posicionado então era a Caixa Econômica Federal, na quarta posição, com taxa de 1,56% ao mês. A menor cobrança média era da BMW Financeira, com 1,4% mensais.
 
Segundo últimos dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), a taxa média de juros cobrada ao fim de 2008 era de 1,80% ao mês e atingiu 1,59% ao mês, em abril. Ao fim daquele mês, havia seis bancos de montadoras posicionados entre as dez menores taxas, com o Fidis em primeiro, com juros de 1,51%, segundo o BC. O ranking da autoridade monetária possui 50 instituições, 18 delas afiliadas à Anef.
 
O superintendente de Marketing e Produtos do Banco Volkswagen, Marcos Ferreira, explica que em geral o banco segue de forma aproximada as metas da montadora. “Se há, por exemplo, uma perspectiva de venda entre 10% e 15% superior, nossa projeção também vai girar em torno disso.”
Porém, diz ele, os resultados dos primeiros meses do ano foram melhores que os de vendas de veículos. “Até sexta-feira passada, as vendas de veículos estavam mais ou menos iguais às do primeiro semestre de 2008. Mas conseguimos manter algumas taxas promocionais de 0,99% ao mês, o que nos deu resultados um pouco melhores que os da montadora.” Apesar disso, ainda está abaixo do esperado, ressalta. A instituição não divulga valores de carteira nem perspectiva de crescimento.
 
Em relação ao pacote de medidas anunciado pelo governo, que inclui o setor automotivo livre do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) até setembro, e depois com aumento gradativo até o fim do ano, Ferreira diz que julho deve ser um mês de baixa. “Com o anúncio de que o benefício acabaria em junho, o consumidor adiantou a compra. Não imagino este mês tão bom quanto o anterior”, prevê. O executivo diz ainda que o movimento seria parecido com o ocorrido entre março e abril, mês em que deveria se dar o fim da isenção, prorrogado até junho, e no período seguinte de queda por antecipação.
 
De forma geral, acredita que no segundo semestre deva haver um crescimento mais significativo do setor. “Agosto ainda terá esse efeito, mas setembro deve ser um pouco melhor.” Para ele, como o consumidor está informado do que deve acontecer até o fim do ano, não deve haver uma queda brusca em outubro. “No segundo semestre há injeção de recursos na economia com o 13º salário. Dezembro é tradicionalmente bom para o setor”, afirma.
 
Segundo a Anef, em abril, as carteiras de Leasing e Crédito Direto ao Consumidor (CDC) apresentaram crescimento de 18,4% em relação ao mesmo mês de 2008, passando de R$ 122,8 bilhões para R$ 145,3 bilhões. O saldo de CDC caiu 3,1%, de R$ 83,9 bilhões para R$ 81,2 bilhões, e a carteira de Leasing cresceu 64,8%, saltando de R$ 38,9 bilhões para R$ 64,1 bilhões. As duas carteiras representam 35,3% do total de crédito concedido às pessoas físicas no País.
 
“O crédito está acompanhando o momento favorável para a comercialização de veículos de passageiros e comerciais leves, impulsionado principalmente pela redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e redução gradual das taxas de juros”, avalia Luiz Montenegro, presidente da Anef.
 
Finame
 
Para o executivo do banco Volkswagen, o grande beneficiado pelas medidas anunciadas pode ser o setor de veículos pesados. “As taxas do Finame já eram atrativas e, em alguns casos, a taxa anual pode chegar a 4,5% que, descontada a inflação, dá zero de juro”, diz o superintendente. Assim, argumenta Ferreira, é criado um estímulo muito grande para o setor. Segundo ele, as vendas de caminhões estavam nos mesmos níveis de 2006, o que pode ter gerado uma pressão do setor. “No entanto, o comprador de caminhão é mais racional que o de automóveis. Ele espera a economia crescer para sentir o negócio girando e ter a necessidade de um novo”, pondera.

Veículo: DCI – 01/07/2009