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Enquanto a indústria mantém previsões otimistas para a produção nacional de veículos frente à crise, o consumidor já sente no bolso o impacto da retração do crédito na hora de comprar um carro novo ou usado. Entre as medidas tomadas pelos bancos estão o aperto nos prazos de financiamento ” que já foram de 72 meses, mas agora dificilmente passam da marca de 60 meses “, o aumento nos juros e um maior rigor na hora de aprovar o crédito.O Banco do Brasil, que até pouco mais de uma semana contava com taxas de juros inferiores a 2% ao mês, agora cobra 2,02% nos financiamentos de carros novos e 2,33% no caso de carros usados. O prazo máximo de financiamento também diminuiu para 48 meses no financiamento da modalidade CDC (Crédito Direto ao Consumidor), na qual o carro financiado fica no nome do comprador, ao contrário do Leasing, em que o carro é registrado em nome da financeira responsável. Segundo a instituição, as mudanças foram “alinhadas com o mercado”.O HSBC e o Santander também reduziram os prazos máximos de financiamentos de automóveis, e operam agora com o limite de 60 meses.Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) confirmam a justificativa do BB e indicam que os juros médios para a compra de carros subiram para cerca de 33% ao ano, bem acima da média de 29% semanas antes.Segundo Marcos Lopes, dono de uma agência de seminovos no Boulevard Shopping Car, na Tijuca, o maior impacto sobre os juros chegou agora, mas ele já sente o aumento gradual nas taxas desde março. Lopes acredita que o aumento nos juros impulsiona o mercado de carros novos, porque as pessoas consideram a diferença na taxa mensal pequena. A armadilha é que, ao fim de 48 ou 60 meses, a quantia desprezada pode fazer uma grande diferença.” O brasileiro paga sem saber o quanto está pagando. Ninguém pega a calculadora para ver a diferença que a taxa um pouco maior faz no fim do financiamento ” diz.
Veículo: Jornal do Brasil Versão Impressa 16/10/08 Estado: RJ