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O índice que reúne ações do setor financeiro, o Ifinanceiro (IFNC), fechou seu primeiro mês de existência ainda pouco acompanhado por analistas e gestores de carteiras de investimentos. O IFNC, lançado este ano pela BM&FBovespa, fechou janeiro com recuo de 4,1%, em linha com o Ibovespa, que agrupa os papéis mais líquidos da Bolsa e que teve variação negativa de 4,6%. A expectativa da BM&FBovespa é de que passe a ser mais utilizado e incentive a criação de novos negócios, segundo Julio Carlos Ziegelmann, diretor de Renda Variável da Bolsa.
iG
A expressividade das empresas de finanças na economia brasileira motivou a criação do índice e deverá fazer com que passe a ser mais observado, afirma o diretor da BM&FBovespa. Em janeiro, o volume negociado pelo IFNC foi de R$ 15,1 bilhões, o que equivale a 11,7% do total da Bovespa, que somou R$ 129,1 bilhões. “As empresas financeiras ganharam corpo no mercado de ações nos últimos anos e justificam um índice específico para representá-las”, diz Ziegelmann.
O executivo acredita que o índice, que reúne bancos, financeiras, gestores de recursos, empresas deleasing, processadoras de cartões de crédito e seguradoras, deverá incentivar a criação de produtos de investimentos. “Deverão surgir novos derivativos financeiros ou ETFs [Exchange Traded Funds, fundos de cotas atrelados a um índice]”, afirma Ziegelmann. Entre as ações que o compõem, a maior participação é das preferenciais (PN, sem direito a voto) do Itau Unibanco, com 19,5% e cujo valor de mercado diminuiu 11,3% em janeiro. Também estão na carteira os papéis de Banco ABC Brasil (PN), Banrisul (PN classe B), Bicbanco (PN), BM&FBovespa (ON, ordinárias) , Bradesco (ON e PN), Banco do Brasil (ON), Cielo (ON), Itausa (PN), Banco Panamericano (PN), Porto Seguro (ON), Redecard (ON).
Cinco analistas e gestores de carteiras ouvidos pelo iG disseram que ainda não conhecem o índice financeiro. Laura Lyra Schuch, analista de bancos da Ativa Corretora, diz que pretende começar a acompanhá-lo. André Hojo, da Um Investimentos, afirma que a equipe de pesquisas da corretora observa índices setoriais, mas também não acompanha o de finanças.
Ziegelmann, da BM&FBovespa, comenta que os demais índices de setores da economia levaram um tempo para começar a ser comentados, mas já servem de referência e contribuem para análises. Hoje há índices para telecomunicações, consumo, energia elétrica, indústria e imóveis. Em janeiro, o grupo que apresentou queda mais significativa foi o imobiliário (IMOB), que recuou 10%. No outro extremo, a menor baixa foi protagonizada pelo índice do setor de energia elétrica (IEE), que recuou apenas 0,009% no mês.
Veículo: IG 04/02/2010