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IBM vê saída com emergentes

A dois anos de completar um século de existência, sendo 92 deles com presença no Brasil, a IBM luta para manter o fôlego de adolescente. No ano passado, a companhia bateu recorde ao faturar mais de US$ 100 bilhões. E em meio à crise ecônomica, manter-se acima da marca será um desafio. A receita líquida da empresa no primeiro trimestre ficou em US$ 21,7 bilhões, que representou uma queda de 11% em relação ao mesmo período de 2008.

Presente em mais de 170 países, a companhia olha para os países emergentes sob nova perspectiva e o Brasil ocupa lugar de destaque. O País foi um dos primeiros a ter uma fábrica da empresa fora dos Estados Unidos – sediada no Rio de Janeiro.
 
A empresa inaugurou no primeiro trimestre deste ano o IBM Solutions Center de São Paulo (ISC), numa iniciativa que reforça o Brasil como país estratégico para o crescimento da companhia nos mercados em desenvolvimento. Inicialmente, o centro atua com mais de 50 soluções em diversas áreas como finanças, telecomunicações, varejo, bens de consumo, setor público, segmento industrial e concessionárias de serviços públicos (empresas de bens e serviços, de água, energia e gás). O centro já recebeu mais de 300 visitantes. É o primeiro da América Latina e atenderá os países da região.
 
A empresa esteve no noticiário nas últimas semanas por conta das negociações para a compra da Sun Microsystems, que acabou arrematada pela Oracle, que se tornará uma rival mais forte na área de sistemas e tecnologia, exatamente o negócio em que a IBM sofreu o seu maior revés, de 23,5% de queda, no primeiro trimestre. Isso torna mais importantes as iniciativas para a venda de software e serviços, como as realizadas no Brasil.
 
Para falar sobre a atuação da companhia no mercado brasileiro, tendências do setor e as estratégias para o País, a Gazeta Mercantil ouviu Marcelo Spaziani, vice-presidente de vendas da IBM Brasil.
 
Gazeta Mercantil – Hoje o Brasil busca se consolidar entre os principais exportadores de serviços de TI. E qual o papel do País dentro da IBM?
 
O Brasil atualmente tem uma atuação muito forte na exportação de TI, principalmente na área de serviços. A IBM é responsável por cerca de 30% do volume total exportado no segmento. No ano passado, a empresa exportou cerca de US$ 400 milhões – as exportações do País como um todo atingiram US$ 1,2 bilhão. Hoje, no nosso centro de serviços em Hortolândia (interior de São Paulo), contamos com 4,5 mil pessoas trabalhando só nisso. Aproximadamente sete mil profissionais se dedicam à exportação de serviços na IBM como um todo.
 
Gazeta Mercantil – O senhor acredita, então, que as perspectivas são de crescimento?
 
O Brasil tem uma mão-de-obra bem qualificada. Temos alguns desafios como a concorrência com a Índia e a China, principais exportadores de serviços e idealizadores de software. Também enfrentamos desafios trabalhistas e tributários, que são inibidores de negócios. De qualquer forma, somos competitivos em alguns segmentos, até no setor financeiro, no qual o Brasil se destaca. Isso gera uma série de oportunidades para desenvolvimento de novos programas, software e soluções não só para o Brasil como para o mundo todo. Trabalharemos sempre em áreas que ofereçam oportunidades nas quais temos alta competência. Assim, podemos estar sempre à frente dos demais países.
 
Gazeta Mercantil – Falando de mercado para o Brasil, há alguma área específica – hardware, software, serviços – na qual o Brasil se destaca? Por quê ?
 
A IBM é uma empresa que tem um portfólio amplo. Hoje, mundialmente, as áreas de serviços e a de consultoria representam 52% do faturamento total da empresa. No ano passado, aliás, a IBM bateu recorde de faturamento com US$ 104 bilhões. A IBM – que era uma empresa conhecida como uma companhia de tecnologia, de desenvolvimento de computadores de uma forma geral – tem nas áreas de serviços uma participação maior do que nas áreas de hardware e software. Todos os componentes são importantes porque trabalhamos voltados para a necessidade de negócios dos clientes. Temos até uma solução na área financeira. A IBM possui um banco – o Banco IBM – para nos ajudar no processo de financiamento, buscando uma operação de leasing e oferecendo uma solução tecnológica e financeira aos nossos clientes.
 

Veículo: Gazeta Mercantil