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Quitar o financiamento do carro ficou em segundo plano em janeiro para muitos brasileiros. A inadimplência de veículos puxou o índice referente às pessoas físicas para cima (leia mais na página 10). As parcelas atrasadas e não renegociadas desses empréstimos podem, facilmente, levar o caso à Justiça, provocando busca e apreensão do veículo.
Para o consultor jurídico do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), Rodrigo Daniel dos Santos, os consumidores ignoram que o carro exige mais do orçamento que só o financiamento. “O consumidor vai ficar inadimplente quando não previr outros gastos. Não é recomendado comprometer mais que 10% com empréstimos e lembrar do IPVA, combustível, seguro e manutenção”, alerta.
“Assim que perceber que não consegue cumprir o contrato, o cliente deve procurar o banco e tentar uma negociação”, recomenda Santos. Deixar o débito rolar causará transtornos ainda maiores. “Noleasing é melhor devolver o veículo do que deixar que a dívida seja executada. As parcelas pagas podem até ser recuperadas se o banco vender o veículo por um valor que cubra o bem e sobrar alguma coisa”, explica.
No DF, 60% dos automóveis são vendidos a prazo. Ou seja, dos 94.773 carros comercializados em 2008, 56.863 saíram das concessionárias depois que o cliente assina um financiamento, segundo o Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos Autorizados do DF.
Mas não são apenas parcelas atrasadas com carros que preocupam os consumidores. A auxiliar de limpeza Maria Mirtes Fernandes Souza, de 52 anos, engrossa a fila dos endividados e perde o sono só de lembrar que o salário de R$ 1 mil não é suficiente para fechar o mês no azul. Desde 2001, quando um de seus filhos morreu, as contas só estão acumulando. “Ele me ajudava com o aluguel e outras despesas”, conta Mirtes. São empréstimos em banco, financeira e carnês de loja. “O que ganho é insuficiente para resolver tudo. Aos poucos e com muita paciência vou pagar o que devo, mas não com o juros exagerados que pedem”, admite.
FUJA DAS DÍVIDAS
Não comprometa mais que 10% do orçamento com o financiamento do carro
Calcule outros gastos que envolvam o veículo, a exemplo de seguro, combustível e IPVA antes de efetuar a compra
Independentemente do tipo de financiamento (leasing e CDC), o banco poderá pedir o carro de volta a partir da segunda parcela em atraso, por isso, busque a renegociação
Procure o credor e proponha uma negociação: esticando o prazo e reduzindo o valor das parcelas
Apresente as justificativas para a inadimplência e peça à Justiça um novo cálculo do débito e proponha valores e prazos que caibam no orçamento. Os órgãos de defesa do consumidor (Procon, Ibedec, Corecon) podem orientar em relação a cláusulas abusivas.
Fonte: Ibedec
Onde procurar ajuda
Procon-DF
Setor Comercial Sul, Edifício Venâncio 2.000 Bloco B Sala 240
Telefone: 151
Horário de atendimento: 8h às 17h
www.procon.df.gov.br
Conselho Regional de Economia-DF (Corecon)
Setor Comercial Sul, Edifício Embaixador, Quadra 4 Sala 202
Telefone: 3223-1429
Horário de atendimento: 8h às 18h
www.corecondf.org.br
Ibedec
SCLS 414 Bloco C Sobreloja 27 Asa Sul
Telefone: 3345-2492
Horário de atendimento: 8h às 18h
www.ibedec.org.br
Veículo: Correio Braziliense