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Emissões reagem no segundo semestre

O ano de 2009 começou devagar, quase parado, para a captação de recursos pelas empresas por meio do mercado de capitais. Mas o segundo semestre mostrou forte recuperação e nas duas principais modalidades de títulos mobiliários usados pelas companhias para acessar o mercado – ações e debêntures – o ano será de forte crescimento sobre os números de 2008.

O volume de emissão de debêntures mais que dobrou de tamanho. Até agora foram R$ 19,2 bilhões no ano, contra menos de R$ 10 bilhões em 2008 – esse volume do ano passado exclui as debêntures das empresas de leasing, que eram usadas para captação dos bancos sem recolhimento de compulsório, distorciam o número total e a partir deste ano deixaram de ser feitas.

As emissões de ações cresceram 20,3% até agora, para R$ 45,7 bilhões, sem contar ofertas públicas ainda em andamento. Foram turbinadas pelas megaoperações de Cielo (ex-Visanet) e Santander.

Quando se olha o agregado de todos as categorias de valores mobiliários, entretanto, os números apontam uma queda. Até ontem, as emissões totalizavam R$ 102,7 bilhões, ante os R$ 116,4 bilhões de 2008. A retração é de 11,8% até o momento, mas deve se estreitar até o último dia de dezembro. São esperadas as ofertas de ações da International Meal Companye do laboratório Fleury, além de algumas de debêntures.

Até junho deste ano, as emissões totais somavam R$ 31,3 bilhões apenas, o que deixa bem clara a recuperação a partir da metade do ano. “Houve uma retomada no segundo semestre. E as reuniões que estamos tendo com as empresas indicam que 2010 continuará no mesmo ritmo”, diz Felipe Claret da Mota, superintendente de registro de valores mobiliários da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Os cálculos para as captações via mercado de capitais foram feitos pelo Valor a partir dos dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Nas contas, foram excluídas as emissões de debêntures por empresas de leasing e incluídas as ofertas livres de registro na CVM. As colocações para um máximo de 20 investidores passaram a ser permitidas pela autarquia em janeiro deste ano e, por sua facilidade, foram relevantes. Só elas representaram R$ 18,2 bilhões das ofertas de debêntures, notas promissórias, Certificados de Recebíveis Imobiliários e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios neste ano.

Na avaliação de alguns compradores de ativos, as ofertas de títulos de renda fixa poderiam até ter sido maiores. “Faltou papel neste fim de ano. Os potenciais tomadores de recursos aproveitaram pouco o fim de ano. Haveria demanda”, diz Mariano Ceppas Figueiredo, gestor de renda fixa da BRZ Investimentos.

Outro destaque do ano até agora ficou com os fundos imobiliários. As ofertas registradas passaram de R$ 616 milhões em 2008 para R$ 1,79 bilhão neste ano, até 8 de dezembro. Desde outubro do ano passado, a CVM vem publicando instruções que visam flexibilizar a criação desse produto, permitindo, por exemplo, a existência de produtos que só invistam em CRIs ou que eles comecem a operar mesmo sem ter conseguido alcançar o teto da captação pretendida.

“O potencial do mercado ligado aos ativos imobiliários é gigantesco com a queda da taxa de juros”, avalia Marcelo Michaluá, diretor executivo da RB Capital.

 
Veículo: Valor 09/12/09