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Emissões de dívida e renda variável têm queda de 30,7%

O volume das emissões de renda variável e dívida em 2008 apresentou redução de 30,7% comparado ao ano de 2007, enquanto os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) até novembro aumentou 24,03%, somando R$ 70,2 bilhões, de acordo com dados divulgados pela Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid).

As emissões de ações em 2008 tiveram queda de 53,8% comparado ao ano anterior, somando R$ 34,9 bilhões. Neste mesmo período, foram registradas apenas quatro operações de Oferta Pública Inicial (IPO, da sigla em inglês), que captaram R$ 7,6 bilhões. A maior parte dos recursos (53,6%) captados com as ofertas primárias foi destinada à aquisição de participação acionária, seguido por capital de giro (27,8%).

Os investidores institucionais responderam por 54,6% da presença nas ofertas, seguidos pelos estrangeiros (37,1%) e por pessoas físicas, com 8,3%.

Já as captações no mercado de renda fixa recuaram 6,21%, somando R$ 66,9 bilhões. Destaque para as emissões de notas promissórias que apresentaram crescimento de 161,55%, somando R$ 25,4 bilhões, seguidas pelas ofertas de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com aumento de 223,03% que somaram R$ 4,9 bilhões e pelas emissões de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), com alta de 4,03% somando R$ 12,5 bilhões.

Já as emissões de debêntures, excluindo emissões de leasing e empresas do setor financeiro, tiveram redução de 40,6% no acumulado de 2008, em confronto com o 2007. O prazo médio das operações caiu de nove para cinco anos.

Fundos de investimento

A crise no mercado internacional também teve reflexos nos fundos de investimento, com investidores migrando para produtos mais conservadores. Só no mês de dezembro, o mercado doméstico de fundos apresentou captação líquida negativa de R$ 17,6 bilhões, sendo R$ 151,5 bilhões de aplicações e R$ 169,1 bilhões de resgates. Esta movimentação representa uma perda 1,60% do patrimônio líquido do mercado doméstico de 8.292 fundos, que encerraram 2008 com um montante de R$ 1,094 trilhão. A captação líquida no ano passado ficou negativa em R$ 77,8 bilhões. Considerando tanto a rentabilidade dos fundos como as captações e resgates de recursos, o patrimônio líquido da indústria de fundos apresentou variação negativa de 2,48% no ano.

A categoria que liderou a captação líquida de recursos foi a dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), com R$ 14,1 bilhões, seguida pelos fundos de participações, com captação de R$ 11,6 bilhões. Já as categorias de fundos de renda fixa e multimercado foram as que apresentaram resgates mais expressivos, fechando 2008 com captação líquida negativa de R$ 60 bilhões e R$ 54,6 bilhões, respectivamente.

No mês de dezembro, os Fundos de Privatização Petrobras apresentaram a melhor rentabilidade do mercado. O desempenho médio do tipo Privatização Petrobras – FGTS foi de 18,84% no mês; o tipo Privatização Petrobras – Recursos Próprios obteve desempenho positivo de 18,67%. No mesmo período, o Ibovespa apresentou valorização de 2,61%, enquanto a categoria de fundos de ações Ibovespa fechou o mês com alta de 1,67%.

Já os fundos de renda fixa apresentaram em dezembro rentabilidade positiva de 1,34%, e os fundos DI, de 1,08%. Os fundos da categoria multimercado, de exposição às aplicações com renda variável e com alavancagem, apresentaram melhor desempenho, fechando o mês com valorização de 3,06%.

Veículo: Gazeta Mercantil Finanças & Mercados 07/1/08 Estado: SP