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Embraer obtém crédito para venda de jatos e ação sobe

SÃO PAULO (Reuters) – As ações da Embraer disparavam nesta sexta-feira, após a companhia ter divulgado mais cedo um acordo de financiamento e leasing de aeronaves que pode alcançar até 2,2 bilhões de dólares nos próximos três anos.

O acordo, acertado com a chinesa CDB Leasing, mantida pelo China Development Bank, acontece em um ano de fracas encomendas para a empresa brasileira -depois que a crise financeira internacional secou o crédito e a disposição de companhias aéreas de comprarem novos aviões.
 
Às 14h59 (horário de Brasília), as ações da Embraer avançavam 8,54 por cento, para 9,66 reais. Enquanto isso, o Ibovespa subia 0,5 por cento.
 
“A notícia (do financiamento) é positiva, porque marca uma sinalização de tendência. A empresa teve poucos pedidos este ano, e também deve ter poucos no ano que vem, mas ter banco chinês garantindo financiamento e estimulando demanda mostra que o cenário para novos pedidos começa a melhorar”, afirmou o analista Alan Cardoso, da corretora Ágora.
 
Ele ressaltou, no entanto que o movimento nas ações da Embraer nesta sexta-feira não se deve apenas ao acordo. “Até ontem o papel tinha subido apenas 1 por cento desde o início do ano e o pessoal está buscando papéis baratos depois de toda essa alta do Ibovespa”, afirmou.
 
No ano, o Ibovespa exibe valorização de 83 por cento.
 
“Efetivamente esse papel estava no zero a zero no ano. Por isso, qualquer tipo de notícia que possa ter repercussão no fundamento acaba mexendo (na valorização)”, acrescentou.
 
O acordo tem como objetivo aumentar oportunidades de aquisição de aeronaves da Embraer dentro da China e no exterior, focado no desenvolvimento da aviação regional naquele país, informou a fabricante brasileira de jatos em comunicado.
 
O acordo permite à CDB Leasing oferecer financiamento a companhias aéreas e também pode permitir à instituição considerar a compra direta de aeronaves da Embraer para aluguel.
 
Na quarta-feira, em almoço de final de ano com a imprensa, o presidente-executivo da Embraer, Frederico Curado, disse que a oferta de crédito para financiar aviões ainda é um problema, com os bancos comerciais ainda muito fechados para operações envolvendo aeronaves.
 
Curado afirmou que ainda que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ampliará em 2010 pelo segundo ano seguido sua participação no financiamento de vendas da empresa.
 

Com base nas projeções de receita da companhia para o ano que vem -de pouco menos de 5 bilhões de dólares, sendo três quintos disso com aviões civis-, chega-se a um total de quase 1,8 bilhão de dólares em desembolsos pelo BNDES a clientes da Embraer nos próximos 12 meses.

Veículo: O Globo 11/12/2009