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O futuro CEO do novo Banco Votorantim após a associação com o Banco do Brasil, Wilson Masao, previu que a instituição crescerá ainda mais rápido com a parceria anunciada na sexta-feira. Segundo Masao, o acordo tem forte lógica de negócios porque posiciona os bancos para um crescimento futuro e preserva o modelo de negócios do Votorantim. O presidente do Banco do Brasil (BB), Antonio Lima Neto, presidirá o Conselho de Administração do Banco Votorantim e José Ermírio de Moraes Neto ocupará a vice-presidência. Os mandatos são de dois anos.
De acordo com Masao, ao longo dos anos o Banco Votorantim recebeu inúmeras ofertas de parcerias e aquisição, mas nenhuma delas se mostrou atraente. Ele disse que o negócio aconteceu num momento oportuno, com uma “grande janela para o crescimento nesse novo contexto em que o sistema bancário está mais concentrado e em que há mudanças no modelo de captação de recursos no Brasil e no mundo”.
Masao destacou que o Banco Votorantim tem ativos de R$ 82 bilhões e é hoje o 7º maior banco do País e o terceiro de capital privado nacional, “com uma história de sucesso e crescimento”. Segundo o executivo, o banco tem forte atuação em corporate banking, middle market, é um dos líderes em financiamento e leasing de automóveis e recebeu investment grades da Fitch e da Moody”s, mantidos mesmo após a crise econômica.
O futuro CEO destacou que, com 6,8 mil empregados, o Votorantim já recebeu inúmeros prêmios, entre eles o de melhor banco de atacado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Um indicador importante, segundo Massao, foi o fato de sua subsidiária BV Financeira por cinco anos consecutivos ter sido escolhida a melhor empresa para trabalhar no País.
De 1994 até hoje, o Banco Votorantim saiu da 34ª posição no ranking nacional, com R$ 800 milhões de ativos, para a 7ª posição, com R$ 82 bilhões de ativos atualmente. Ele ponderou que a inadimplência (percentual de atraso superior a 90 dias) no financiamento de veículos é de 3%, menor do que a média do mercado, de 4%, o que mostra a qualidade dos seus ativos.
Masao afirmou que a crise financeira afetou bastante as instituições de pequeno e médio portes. “Mas não somos banco pequeno ou médio”, afirmou, destacando que a instituição sempre teve uma gestão “conservadora” e continuou operando normalmente nos últimos meses, em meio à crise.
O presidente do Votorantim, José Ermírio de Moraes Neto, acrescentou que a venda de metade da instituição para o BB na realidade é uma injeção de combustível para que a máquina cresça mais rapidamente. Segundo ele, as negociações entre Votorantim e BB duraram o tempo recorde de três meses.
O vice-presidente de Finanças do BB, Aldo Luiz Mendes, dissse que a questão de como ficará a marca Votorantim será objeto de estudo nos próximos 120 dias. “Vamos avaliar o mercado e tomar a decisão que for mais adequada para o negócio”, disse.
Segundo Mendes, o modelo de negócios do Banco Votorantim é absolutamente complementar ao do BB, que tinha uma atuação considerada incipiente no mercado de financiamento automotivo, e que não contava com um braço de uma financeira, como os seus principais concorrentes.
Na avaliação do executivo, o foco do BB com a operação é principalmente o crescimento do mercado de crédito para pessoa física. “O Votorantim tem a melhor financeira do mercado. Hoje os bancos comerciais precisam ter canais alternativos e isso significa ter uma financeira como parceira”, afirmou. “As duas instituições são absolutamente complementares, e essa parceria nos leva a uma estrutura ideal”, acrescentou.
Veículo: Jornal do Commercio Brasil – RJ