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Cresce a demanda por serviços financeiros

A necessidade de melhorar a qualidade de informações em que se baseia a autorização de um empréstimo ou de uma venda parcelada começa a gerar oportunidades a empresas do setor. Uma das que se arrumam para aproveitar o momento de expansão de crédito e crescer é a ZipCode, empresa de tecnologia da informação que cresceu 60% este ano e que almeja implantar franquia até 2012.

 
O presidente da empresa, Ricardo Sleiman, já analisa a possibilidade de expandir o negócio através de franquias. Segundo ele, o primeiro foco de expansão seria o sul do Brasil. “Mercados como centro-oeste e estados do sudeste têm muito potencial. Contudo, o sul é o primeiro caminho, pois lá se utilizam muitas ferramentas cadastrais.”
 
Sleiman disse que a previsão de faturamento da empresa ao fim deste ano é de R$ 8 milhões e a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações), de 38%. “A vantagem é que é um modelo fácil de replicar. Por isto pensamos em franquear. Ganharíamos mais faturamento, sem grande aumento de custos.”
 
De acordo com o executivo, o crescimento previsto da empresa ficará na casa de 40% a 50%, este ano. “Já faturamos cerca de 80% mais que no mesmo período do ano passado.” A expansão da empresa em 2009 foi de 10%. “Fraco, por causa da crise”, disse o CEO.
 
Segundo o executivo, não se pode descartar a entrada de um fundo de private equity. “Dois fundos de private nos procuraram. A intenção deles era comprar mais empresas e crescer. Chegamos a um momento de expansão.” Ele revelou que o valor da empresa é de R$ 30 milhões.
 
Outra possibilidade de crescer é fazer aquisições. Contudo, Sleiman ressalta que este caminho é mais difícil. “Não adianta comprar empresas parecidas com a nossa, precisamos comprar ativos nos quais não somos bons, além do que precisaríamos de mais capital para fazer as transações, de que não dispomos.”
 
Para ele, existe muito espaço para empresas de gestão de informações crescerem no Brasil. “Cada vez mais a informação sobre o cliente é fundamental, porque mesmo com taxas de juros mais altas, o consumo está aquecido.”
 
O CEO da empresa ressalta que o negócio da ZipCode é conseguir mais rapidez e fidelidade das informações cadastrais. “Conseguir informações no Database da Previdência Social demora até 48 horas. Com nosso sistema, o fazemos em minutos.”
 
Para ele, a maior agilidade no cadastro permite que o varejista ou a instituição financeira não perca cliente. “Se houver demora o cliente vai para outro lugar que lhe dê crédito. Não existe fidelidade: o cliente busca o dinheiro e a taxa, não importa se na financeira X, Y ou Z”, complementa.
 
Uma das formas que ele considera para fidelizar clientes é agregar valor, como oferecer serviços além do básico. “Há uma seguradora que oferece serviço de eletricista e estacionamento com desconto: isso agrega valor à marca.”
 
O executivo disse também que a gama de clientes começa a se diversificar. “Escritórios de advocacia, financeiras e setores de marketing direto buscam nossos bancos de dados. É um mercado com espaço para crescer.”
 
Uma das plataformas de destaque nos negócios na empresa é a localização de clientes inadimplentes. “Buscamos telefones ativos, endereços atuais, parentes. Oferecemos uma melhor qualidade de informações. Precisa ser uma informação diferente da que a instituição possui”, avalia.
 
Mercado
 
O gerente de Novos Negócios da ZipCode, Arthur Guitarrari, diz que o grande filão para a empresa é ganhar com escala de consultas. “O nosso produto é barato, não chega a R$ 1 por consulta. A contratante ganha com a qualidade da informação e pode remanejar funcionários em outros setores.”
 
De acordo com o gerente, o custo de um banco de dados eficiente é muito baixo frente ao lucro que se obtém num empréstimo de R$ 500, por exemplo. “A média de consultas, somadas todas plataformas da empresa, gira em torno de 1,7 milhão por mês.”
 
Guitarrari explicou que uma das ferramentas que a empresa oferece é uma base de dados completa para bancos e instituições financeiras. “No caso do ItaúUnibanco, para liberar uma operação deleasing é preciso saber se há pendências jurídicas do comprador e se há multas no carro. Com uma consulta, o cliente obtém o máximo de informações”, esclarece o diretor.
 
O gerente contou que na semana passada a empresa fechou contrato com a Zanc, empresa que atua na área de cobrança e call center. “A principal dificuldade da empresa era conseguir resultados mais efetivos com a base de dados já existente. Fizemos o cruzamento da base com o nosso banco de dados”, destacou.
 
A empresa também trabalha com entidades como FGV, BV Financeira, banco BMG, Graacc e VR, entre outras.

Veículo: DCI – 22/06/2010