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Crediário e “parcelado sem juros” escapam da medida

Embora o aumento de 3% do IOF no crédito não seja desprezível, há uma certa limitação no efeito de mais esse pedágio sobre a demanda, pois há outras formas de o consumidor se financiar sem o recurso bancário, diz o economista do Santander, Cristiano Souza.

Conforme exemplifica, o crediário bancado pelo varejo e o parcelado sem juros no cartão de crédito escapam do aperto. Pela mesma lógica, o cheque pré-datado e os cartões “private label” também.

“O IOF maior não altera a escolha entre poupança e consumo, apenas o desloca para outros gastos: se não puder comprar um carro, talvez gaste em material de construção ou em móveis”, diz Souza.

A presença do dinheiro de plástico na economia, grande parte rodando sem nenhum custo financeiro, não pode ser desprezada. No ano passado foram movimentados mais de R$ 300 bilhões só com cartões de crédito e o que vira financiamento mesmo no rotativo soma, atualmente, pouco mais de R$ 30 bilhões. Os private label giraram R$ 68,2 bilhões, mas em quantidade, 225,3 milhões, superam os de crédito, com 153,4 milhões.

No comunicado da Fazenda, não houve menção explícita às operações de arrendamento mercantil, hoje isentas do imposto.

De acordo com Fabio Nogueira, diretor da Brazilian Finance & Real Estate, a medida não deve ter impacto sobre o crédito imobiliário residencial, que segue isento. “É um financiamento de longo prazo, que acaba diluindo o custo do IOF. Mas o aumento não pode ser encarado como bom, já que essa é uma indústria ainda pequena no Brasil.”

Veículo: Valor – 08/04/2011