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Concordata da Mesa pode levar Embraer a revender 36 jatos

SÃO PAULO – A Embraer pode se ver obrigada a recolocar no mercado 36 aeronaves usadas. Isso porque sua cliente, Mesa Air Group, entrou ontem com pedido de concordata no Tribunal de Falências do Distrito do Sul de Nova York.

A companhia aérea regional pediu concordata principalmente como uma forma de romper os contratos de leasing de 130 aeronaves de sua frota, das quais não precisa mais, segundo uma nota de Jonathan Ornstein, chairman e executivo-chefe da companhia. Desse total, 36 aeronaves são do modelo ERJ 145 da Embraer. Essas aeronaves têm contrato de leasing no valor de US$ 42 milhões, com garantia da Embraer. Em outras palavras, caso o pior aconteça e a companhia aérea norte-americana entre realmente em falência, fica a cargo da Embraer a responsabilidade de recolocar essas aeronaves no mercado, segundo informações da Diretoria de Comunicação da companhia brasileira.
 
A canadense Bombardier é atualmente a maior credora da Mesa, com dívida em contrato de leasing de US$ 133 milhões.
 
A Mesa, com sede em Phenix, pretende reduzir o número de aeronaves de sua frota, mas continuará as operações normalmente depois de ter falhado em alcançar um acordo fora dos tribunais com fabricantes de aviões e outras partes.
 
A empresa, que já foi uma das mais inovadoras companhias de transporte aéreo regional, tem sido pressionada por disputas judiciais e uma joint venture com a China que foi abortada. As companhias aéreas regionais operam principalmente sob o nome de companhias maiores e têm sido pressionadas por termos de contratos mais onerosos e o abandono de jatos regionais, que tem mantido centenas desses aviões estacionados no deserto.
 
A Mesa opera rotas em nome da United Airlines – uma unidade da UAL Corp. -, Delta Air Lines e US Airways Group. A companhia também voa para o Havaí sob sua própria bandeira e como “Go! Mokulele”, embora a segunda unidade não esteja incluída no pedido de concordata. A Mesa já estacionou 52 aviões e planeja eliminar outras 25 aeronaves de sua frota até maio. “Ao longo dos últimos dois anos, trabalhamos de perto com as companhias de arrendamento, credores e outras partes, para reestruturar nossas obrigações financeiras”, disse Jonathan Ornstein, chairman da companhia, em nota oficial.
 
A Mesa disse que espera acelerar a conclusão de um processo com a Delta, no qual a companhia regional está buscando uma indenização de mais de US$ 70 milhões em danos.

 Veículo: DCI 06/01/2010