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Complexidade fiscal é o maior problema para demonstrações financeiras

O problema mais sério para as demonstrações financeiras no país é a complexidade das normas fiscais, segundo consultores e executivos, informa o jornal Valor Econômico. A falta de conhecimento sobre as normas do International Financial Reporting Standards (IFRS) pode deixar de ser uma dificuldade hoje em pouco tempo, na medida em que o mercado for adotando e se adaptando às regras, mas para a complexidade fiscal não há solução fácil. “A carga tributária é um problema menor que a complexidade fiscal”, afirma o diretor financeiro da Unilever Brasil e diretor do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-SP), Milton Brandt.

Assim como todas as grandes empresas instaladas no país, a Unilever é obrigada a manter um contingente de dezenas, às vezes centenas de funcionários para atender às demandas do Fisco. Quando adotou a IFRS, o Brasil criou o RTT (Regime Tributário de Transição), pelo qual as demonstrações passaram a ser adaptadas às novas regras. Se por um lado o RTT facilitou as coisas, por outro criou um problema, destaca o Valor.  “Na prática, ficaram três contabilidades: a local, caminhando para IFRS, a fiscal, com ajustes pelo RTT, e a global, que é usada nos reportes à matriz.”

Para quem chega ao país o cipoal fiscal é incompreensível. “Nós fazemos muitas aberturas de empresas que estão chegando ao Brasil. Praticamente todas já têm noção de IFRS, mas desconhecem a legislação fiscal brasileira”, revela Kátia Abate, diretora de outsourcing da Baker Tilly Brasil.  Para Marcello Lopes, diretor da LCC Auditores e Consultores, o país precisa de uma mudança cultural muito grande para adotar de vez a IFRS em 100% das empresas e acabar com o velho conceito predominante da contabilidade voltada para o Fisco.

 

Veículo: Valor Econômico