,
Loading...

Notícias

Cetip agora registra nova alternativa de captação

A Cetip S.A. Balcão Organizado de Ativos e Derivativos acaba de criar o sistema automático de registro de operações ativas vinculadas. O diretor da Cetip, Jorge Sant’Anna, acredita que as operações ativas vinculadas podem decolar com a existência do sistema automático de registro, tornando-se uma boa alternativa de captação para as instituições financeiras.

Regulamentadas em 2002 dentro de um conjunto de ações do Banco Central (BC) para reduzir o spread bancário, as operações ativas vinculadas ainda são pouco realizadas. A Cetip estima o estoque dessas operações em perto de R$ 1,5 bilhão, percentual muito pequeno frente ao total de R$ 779 bilhões em certificados de depósito bancário (CDBs) registrados sexta-feira.

 
Na prática, o mecanismo permite ao banco fazer um empréstimo lastreado em uma captação feita especialmente para essa finalidade, coincidindo valores e prazos. O risco do investidor é o da empresa e ele não receberá os recursos caso o tomador do crédito não pague. Há, assim, uma total vinculação entre ativo e recursos captados. 
O banco ganha apenas o diferencial de taxa, não tem que alocar capital para suportar o crédito ou recolher compulsório e contribuição ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O risco é do investidor. 
Sant’Anna diz que trata-se de uma espécie de securitização, que pode ser realizada por empresas de leasing e bancos, com a vinculação a certificados de depósito bancário (CDBs) e letras de arrendamento mercantil (LAMs). “É uma boa alternativa em tempos de recursos escassos e caros.”
Sant’Anna acredita que o mecanismo ainda não se desenvolveu por falta da automatização dos registros dessas operações, o que dará transparência e segurança aos negócios. Com o sistema, a Cetip se encarregará de controlar o pagamento do investidor. 
Para ele, a alternativa de captação é inclusive boa para os bancos pequenos e médios, os mais atingidos pelo aperto de liquidez desencadeado pela crise internacional. Os bancos médios foram salvos, segundo Sant’Anna, pela criação dos depósitos a prazo com garantia especial (DPGEs), mas cuja emissão tem um limite . 
A Cetip tinha, na sexta-feira, um estoque de R$ 2,67 trilhões em ativos registrados, dos quais 29% eram CDBs, o que equivale a cerca de 95% do total desse tipo de título existente no mercado. 
O estoque de CDB mais do que dobrou nos últimos três anos, inicialmente por causa da expansão do crédito e, depois, com a dificuldade de captação externa. 
Mas são os grandes bancos que estão dominando esse mercado. No auge da crise, em novembro, os grandes bancos concentraram 85,3% das emissões registradas.
Dados de março mostram que a fatia dos grandes bancos recuou mas ainda é preponderante. Bancos com patrimônio acima de R$ 7 bilhões são responsáveis por 71% dos CDB registrados na Cetip. Os que têm patrimônio entre R$ 2,5 bilhões e R$ 7 bilhões têm 14,4% do estoque; e instituições abaixo disso têm 14,6%.

O quadro era totalmente diferente em janeiro de 2007 quando bancos com patrimônio acima de R$ 7 bilhões tinham 45,6% dos CDBs emitidos; os com patrimônio entre R$ 2,5 bilhões e R$ 7 bilhões, 20,4%; e os menores, 34%.

Veículo: Valoe Econômico