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Banco Mercedes quer ampliar atuação no País

A Mercedes-Benz no Brasil desenha uma estratégia para alcançar a liderança na venda de veículos pesados e aumentar a base de empréstimos do banco próprio. Para isto, o braço financeiro, além de financiar a compra, quer incentivar o cliente a contratar seguros e serviços de manutenção.

A meta é fazer a carteira de empréstimos saltar de R$ 5,8 bilhões para R$ 7,1 bilhões. Até maio, o banco acumulou R$ 6,4 bilhões na carteira.
 
Segundo o novo diretor comercial do banco, Angel Martínez, outra medida pensada para o futuro é a implantação de cartão de crédito. “Há equipes que pesquisam o produto, mas não será neste ano. A estratégia é alinhar banco e concessionárias com a mesma meta de crescimento.”
 
Martínez revelou que o banco deve contratar mais pessoas, tanto para cargos de gerência como para outras funções. “O ciclo entre compra do veículo e o financiamento não pode demorar. Hoje, temos falta de recursos humanos. Outros bancos também estão com carências no setor.”
 
De acordo com o executivo, o banco deve atuar como uma rede de fast-food, e oferecer vários serviços separados ao cliente. “O comprador montará o cardápio. Se ele quer só o financiamento, o preço é um. Com um pouco de valor, pode-se agregar o seguro e o serviço de manutenção.”
 
Uma das novidades é o seguro para veículos de passeio. O aporte para os seguros, informou o diretor, vem do grupo alemão Daimler AG, braço que faz captações para todos bancos Mercedes-Benz . A empresa também é proprietária da marca.
 
Nos veículos de passeio, uma forma de conquistar o proprietário é oferecer, em caso de sinistro, um carro da própria marca. ” É um atrativo. Claro que o mesmo não se pode fazer com os caminhões”, explica.
 
No setor caminhões, ônibus e vans, responsável por 97% das vendas da marca no Brasil, a luta do banco é alinhar o timing das vendas com a liberação dos financiamentos. “O aquecimento do mercado resulta no descompasso entre fazer o financiamento e o seguro do veículo. Muitas vezes o caminhão demora até 120 dias a chegar.”
 
O problema, segundo ele, é que o cliente não paga o seguro antes de receber o produto, diferentemente do que acontece no setor de carros. “É essa estratégia que queremos mudar: queremos fazer um único atendimento e vender os produtos e serviços.”
 
Martínez salienta que maior crescimento de vendas de veículos pesados acontece nas Regiões Norte e Nordeste. “Além de obras do PAC, da Copa e das Olimpíadas, os setores de mineração, agroindústria e operações de varejo impulsionam o crescimento”, explicou.
 
Crescimento
 
O Brasil é a quinta maior operação do grupo no mundo. A meta é crescer 20% na carteira de novos negócios ainda este ano. Se a meta se cumprir, a carteira terá um salto: de R$ 3 bilhões, em 2009, para R$ 3,6 bilhões este ano. Um dos indicativos de que a meta possa ser cumprida é que em maio o banco obteve recorde histórico.
 
Somente no quinto mês do ano a instituição financeira liberou R$ 369,4 milhões, um incremento de 27% na comparação com maio do ano passado, mês em que foram negociados R$ 289,8 milhões.
 
Com este recorde em novos financiamentos, a carteira do Banco Mercedes-Benz alcançou a marca de R$ 6,2 bilhões, registrando um crescimento de 22%. Em maio do ano passado, seu valor era de R$ 5,1 bilhões.
 
O resultado também foi positivo no acumulado do ano. Entre janeiro e maio de 2010, foram negociados R$ 1,27 bilhão ante R$ 1,22 bilhão liberados no mesmo período de 2009.
 
Financiamento
 
Segundo o banco, o Finame (programa de financiamento de máquinas e veículos do BNDES) foi o produto mais utilizado, respondendo por 91% dos negócios no mês de maio.
 
Bem abaixo, o CDC foi responsável por 7% dos financiamentos, enquanto o leasing foi utilizado em 2% do volume total. No período, o CDC foi o produto de maior crescimento: 144%. “Esta modalidade deve crescer, quando o Finame acabar. Apostamos nela”, destaca o diretor.
 
O banco ressalta que em maio de 2010 foram financiados R$ 27,1 milhões, contra R$ 11,1 milhões no mesmo mês de 2009. O Finame foi responsável por R$ 335,2 milhões, uma alta de 35% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o produto financiou R$ 248,3 milhões. O leasing, por outro lado, registrou queda de 77%. Em maio deste ano foram negociados R$ 7,1 milhões, ante R$ 30,4 milhões no mesmo mês de 2009.
 
No ano, do total financiado, o Finame foi responsável por 87%; o CDC, por 9%; e o leasing, por 4%. O CDC registrou alta de 64%, passando de R$ 65,6 milhões nos primeiros cinco meses de 2009 para R$ 107,5 milhões em 2010.

Veículo: DCI 15/06/2010