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O Banco Popolare SC tem planos de vender ? 1,45 bilhão (US$ 1,84 bilhão) em bônus conversíveis para o governo italiano, tornando-se o primeiro banco do país a pedir ajuda do Estado para fortalecer seu capital, enquanto a crise financeira global se agrava. O Banco Popolare disse ao Ministério da Fazenda e ao Banco da Itália (o BC do país) que gostaria de participar do plano de assistência aos bancos do governo, segundo dois comunicados divulgados ontem pela empresa, sediada em Verona.
O ministério aprovou em 25 de fevereiro um decreto que permite aos bancos italianos captarem até ? 12 bilhões (US$ 15,3 bilhões) por meio da venda, ao governo, de bônus conversíveis em ações sem direito a voto. O UniCredit SpA e o Intesa Sanpaolo SpA, os dois maiores bancos da Itália, disseram que poderão captar capital através desse plano, enquanto o banco de investimento Mediobanca SpA disse não estar interessado.
“O Banco Popolare é o banco italiano mais necessitado de aumentar o seu capital”, disse Patrizio Pazzaglia, administrador de recursos do Bank Insinger de Beaufort NV em Roma. “Agora que este primeiro passo foi dado, prevejo que outros bancos seguirão o exemplo.” O plano de captar fundos do Estado vai “garantir a capitalização adequada do grupo”, disse o principal executivo do Banco Popolare, Pier Francesco Saviotti, no documento.
Os ativos vendidos ao governo terão cupom inicial de entre 7,5% e 8,5%, que vai “crescer gradualmente”, disse o Ministério da Fazenda no comunicado de 25 de fevereiro. O Popolare vendeu participações acionárias e bens imóveis para fortalecer suas finanças, depois de sofrer baixas contábeis vinculadas à turbulência dos mercados globais e dos prejuízos do banco de leasing Italease SpA, em que o Popolare tem uma participação de 31%.
O analista Matteo Ramenghi, do UBS AG, rebaixou ontem a sua recomendação para o banco de “comprar” para “neutra”, atribuindo a medida à “falta de clareza” sobre o futuro do Italease.
Veículo: Valor Economico