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Balança de serviços teve déficit recorde em 2013, pressionada por aluguel de equipamentos

A balança de serviços brasileira teve déficit recorde em 2013, pressionado pelo crescimento do consumo interno na última década, a falta de empresas nacionais fazendo fretes no comércio exterior e a alta de viagens ao exterior, informa o jornal Valor Econômico. Foi o pior desempenho registrado pelo Banco Central desde o início da elaboração da conta. Em dez anos, o saldo negativo aumentou dez vezes e alcançou US$ 47,5 bilhões, ou seja, mais da metade do déficit em transações correntes apurado em 2013.

Para 2014, a estimativa é de que o saldo negativo em serviços seja parecido com o do ano anterior, mas com uma composição um pouco diferente, segundo o Valor. O dólar mais caro e a Copa do Mundo, que vai aumentar a entrada de divisas com o turismo no país, devem segurar a expansão do déficit em 2014.

Alguns fatores estruturais fizeram a atividade interna demandar mais serviços do exterior, ampliando o déficit. Transportes e aluguel de equipamentos respondem à dinâmica interna e são vistos como gargalos da economia revelados com o crescimento da última década.

Aluguel de equipamentos apresentou o pior resultado. O saldo negativo de US$ 19 bilhões dobrou em quatro anos, influenciado pelo crescimento da aviação comercial nacional e o uso de plataformas de petróleo. Com o aumento da demanda por viagens, decorrente do crescimento da renda no País, as companhias aéreas importaram aeronaves de fabricantes estrangeiros para acompanhar a demanda por meio de contratos de leasing, segundo o jornal Valor Econômico. No ano passado, brasileiros gastaram no exterior US$ 18,6 bilhões a mais do que estrangeiros em território brasileiro. Quatro anos antes, o déficit foi de US$ 5,6 bilhões.

No caso das plataformas, para utilizar o benefício fiscal que o Repetro oferece a alguns setores da indústria, a Petrobras as embarca apenas no papel para subsidiárias no exterior via balança de bens. Depois, são importadas pela matriz com contratos de aluguel, que entram na conta de serviços. As plataformas não deixam o país fisicamente, mas o movimento contábil garante o benefício fiscal, que, se ajuda as exportações em bens, aumenta as importações em serviços nesse caso. A estatal exportou US$ 7,7 bilhões em plataformas em 2013.

O segmento de transportes, que inclui principalmente custos de fretes com importações – que não são contabilizados na balança comercial – viu o déficit avançar para US$ 9,7 bilhões. Quatro anos antes, o saldo negativo era a metade desse valor.

O único segmento em que o Brasil apresenta bom desempenho é o de serviços empresariais, com superávit de US$ 10 bilhões, resultado atribuído à atuação de grandes construtoras nacionais no exterior.

Fonte: Valor Econômico – edição de 301/1/2014