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O mercado brasileiro de crédito, afetado nos dois últimos trimestres pelos efeitos da crise financeira mundial na liquidez e na atividade econômica, vai retomando o fôlego aos poucos. A Aymoré Financiamentos, sob o guarda-chuva do Grupo Santander Brasil, anunciou na sexta-feira que está esticando o prazo para o financiamento de veículos zero quilômetro para até 72 meses (6 anos). Antes, a instituição trabalhava com prazo máximo de 60 meses.
O pagamento em até 72 prestações era possível de ser realizado até meados de outubro de 2008, mas foi suspenso pela Aymoré, e por vários outros bancos, por conta do aprofundamento da crise. Assim como a Aymoré, outros bancos utilizaram os prazos mais longos para atrair clientes, por causa do valor menor da prestação, e expandir os negócios, antes da crise. Até agora, além da Aymoré, entre as grandes instituições, apenas o Itaú Unibanco anunciou a retomada do prazo de até 72 meses. Banco do Brasil, Bradesco (e sua financeira Finasa) e HSBC Bank (e sua financeira Losango) informaram que continuam no máximo de 60 meses.
Felix Cardamone, diretor-executivo da Aymoré, diz que o cenário atual está mais estável e as perspectivas mais favoráveis para a atividade econômica permitem à instituição alongar o prazo. Mas apenas para veículos novos e com entrada de 20% sobre o valor total. Estas condições, observa Cardamone, oferecem maior segurança à Aymoré para atuar com parcelas mais estendidas em um momento em que a inadimplência ainda é preocupante. As provisões contra crédito de liquidação duvidosa e a inadimplência prejudicaram os resultados do primeiro trimestre de boa parte dos bancos e continuam em níveis preocupantes, afirma. “Mas, com a perspectiva de melhora da economia, a inadimplência deverá retornar a um cenário mais positivo no último trimestre”, prevê o executivo.
A extensão de prazo é válida para as modalidades de leasing e crédito direto ao consumidor (CDC) e o financiamento pode ser contratado na rede concessionária credenciada. A estimativa é encerrar este ano com carteira de financiamento de veículos entre 10% e 15% maior, diz Cardamone. O estoque atingiu cerca de R$ 23 bilhões no primeiro trimestre deste ano, número praticamente estável ao alcançado no final de 2008, quando a carteira cresceu entre 15% e 17% sobre o ano anterior, afirma. Para Cardamone, os sucessivos recordes de produção e vendas obtidos pelo setor automotivo até setembro do ano passado não ocorrerão em 2009.
Veículo: Gazeta Mercantil