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A Arval, empresa do Grupo BNP Paribas especializada em gestão de frotas leves no segmento corporativo, vai investir R$ 145 milhões neste ano no país e outros R$ 800 milhões até 2013 para ser a líder no Brasil em seu segmento, atingindo uma frota de 15 mil veículos. A magnitude dos investimentos se deve ao fato de que, hoje, “as operações de Varejo do Grupo – nas quais se inclui a Arval – são responsáveis por metade de suas receitas”, de acordo com o presidente do Banco BNP Paribas, Louis Bazire.
Com esse intuito, a Arval apresentou hoje os resultados da pesquisa anual de seu fórum multidisciplinar CVO, realizada no 1º trimestre de 2010 em 14 países, entre os quais o Brasil, através de 4200 entrevistas telefônicas com gestores de frotas de empresas que contam com veículos leves corporativos.
A pesquisa e o Brasil – O levantamento realizado pelo CVO com o apoio da Arval neste ano traz informações úteis não apenas para gestores de frotas, mas também para usuários, fabricantes de veículos e de autopeças, além de administradores públicos: . quanto maior o porte da empresa, mais veículos de incentivo ela possui e menos unidades voltadas ao uso em vendas e serviços;
. a crise econômica, mais profunda na Europa, traz lições que podem ser úteis para aumentar a competitividade no Brasil, onde, em 70% das empresas pesquisadas, a turbulência não implicou mudanças, enquanto na Europa, em especial nas empresas de grande porte, houve reconfiguração das frotas.
O impacto das medidas governamentais de incentivo à venda de veículos, como a redução de IPI, por exemplo, foi positivo, mas não pode ser contabilizado como único fator de sucesso no aumento da frota: . o mercado reagiu muito positivamente, mas melhor no Brasil do que na Europa, onde a crise foi mais profunda. Além disso, pesou o fato de o empresário brasileiro ser mais ágil nas decisões de promover mudanças, dada sua longa experiência com décadas de hiperinflação.
Mesmo assim, as empresas, em geral, dão menos opções de escolha de veículos para seus colaboradores do que na Europa, devido ao alto nível dos encargos sociais sobre benefícios dados aos funcionários.
Métodos de financiamento de veículos e a pesquisa – De acordo com o levantamento da Arval, a maioria das empresas opta por determinado modelo e marca de veículo em função de custos diretos e indiretos, tais como os que costumam ser menos roubados, têm a melhor rede de manutenção e autopeças, por exemplo. No Brasil, existe um interesse crescente por veículos menos poluentes – notadamente os flex – bicombustíveis -, mas os veículos elétricos ainda são considerados uma realidade distante.
Análise macroeconômica e potencial de mercado – Uma análise do cenário macroeconômico nacional realizada por Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, indica que há um grande potencial de crescimento do país e desenvolvimento do mercado de veículos.
. é improvável a repetição da recessão 2008/2009 na Europa, mas as conseqüências da crise ainda impactam o setor bancário e implicam redução de consumo, porque 70% dos recursos para crédito no Brasil vêm da Europa;
. a classe média brasileira aumentou 26 milhões de pessoas entre 2003 e 2008, mas 60% da população ainda está nas classes D e E. Até 2015, mais 20 milhões de brasileiros devem ascender à classe média, com crescimento de renda centrado no Sudeste.
. faltam mais reformas estruturais no país que, juntamente com a taxa de investimento, possam sustentar um maior crescimento econômico brasileiro.
. a carga tributária no Brasil continua muito elevada e em crescimento, dados os intensos gastos em áreas menos relevantes do que as de educação e infraestrutura, por exemplo, onde há carência de recursos.
Veículo: Fator 18/06/2010