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Os efeitos da crise no último trimestre de 2008 não impediram que o ano fosse de números recordes para o financiamento de veículos. Segundo dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), o saldo das carteiras de leasing e crédito direto ao consumidor (CDC) acumulou R$ 138,1 bilhões no ano, crescimento de 23,7% em relação a 2007, em que as modalidades acumularam R$ 111,6 bilhões.
Analisando a expansão em relação a novembro, se notam mais nitidamente os reflexos da crise para o setor, uma vez que o crescimento da carteira foi inferior a 1%, apenas 0,94%, com o estoque total em R$ 136,8 bilhões naquele mês. Segundo a associação, do total, em dezembro, R$ 81,4 bilhões foram para financiamento por meio de CDC, ante R$ 81 bilhões em novembro. No leasing, a carteira encerrou dezembro em R$ 56,7 bilhões, contra R$ 55,8 bilhões no mês anterior. Essas linhas são responsáveis por 35% do total do crédito para pessoas físicas. “Mesmo com os reflexos da crise mundial sentidos no Brasil a partir do mês de setembro, o ano de 2008 bateu recorde de crédito para aquisição de veículos, superando em mais de R$ 26 bilhões o ano de 2007”, comemora Luiz Montenegro, presidente da Anef.
Segundo dados do Banco Central, o saldo total da carteira de veículos no sistema financeiro nacional em dezembro, para pessoa física, foi de R$ 81,375 bilhões, praticamente estável em relação a dezembro de 2007, em que o saldo era de R$ 81,481 bilhões.
Apesar dos bons resultados em 2008, a Anef é prudente ao fazer projeções para 2009, preferindo esperar pelo fim do primeiro trimestre – em que há uma baixa sazonal no crédito para aquisição de veículos – para traçar projeções. “Vamos avaliar os efeitos das medidas anunciadas no ano passado. Provavelmente a partir do segundo trimestre de 2009 os recursos financeiros passem a fluir de maneira mais regular”, acredita Montenegro.
Em relação aos juros, houve um aumento na média de 0,31 ponto percentual em relação à 2007, passando de 1,49% ao mês para 1,80%. A inadimplência acima de 90 dias teve uma alta ainda superior, de 1,3 ponto no CDC, passando de 3% em 2007 para 4,3% no ano passado.
A crise também atingiu os planos de financiamento, que foram reduzidos de, no máximo 84 meses, em 2007, para até 60 meses em 2008. Os planos médios passaram de 42 meses em 2007 para 40 meses no ano passado.
No financiamento para veículos comerciais, representados por caminhões e ônibus, as linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) especial para máquinas e equipamentos, o Finame, respondeu por 80% do total apurado no ano passado. Já o financiamento representou 8%, enquanto o consórcio ficou em 2%. No segmento de motocicletas, 60% foram financiados no CDC e 22% no consórcio em 2008.
Estímulos
Segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) define esta semana a liberação de recursos para financiar a compra de carros usados e de motos. Além disso, o conselho deve ainda especificar as condições da linha, que será operada pelo Banco do Brasil.
Mesmo com um último trimestre praticamente sem crescimento, o volume de financiamento de veículos bateu recorde em 2008. Segundo dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), o saldo das carteiras de leasing e crédito direto ao consumidor (CDC) acumulou R$ 138,1 bilhões no ano, crescimento de 23,7% em relação a 2007, em que as modalidades acumularam R$ 111,6 bilhões.
E, neste início de ano, o desempenho da indústria automobilística começa a apontar os primeiros sinais de melhora. Em janeiro, o estoque da indústria e concessionárias caiu de 36 dias – anotados no mês de dezembro – para 31, número que representa 193.384 veículos estacionados. Em setembro de 2008, a quantidade de veículos era 35% maior, enquanto os dias dos veículos em estoque eram de, em média, 26 dias. “A quantidade de veículos em estoque segue o ritmo das vendas, e em setembro nosso ritmo era muito maior”, afirmou, ontem, o presidente da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider.
Ontem, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, revelou que as concessões de crédito livre estão próximas do nível anterior ao agravamento da crise financeira internacional. Segundo ele, em janeiro deste ano, as concessões de crédito aumentaram 1,1% em relação a setembro de 2008, quando houve o agravamento da turbulência externa. Também desde setembro, a liberação de depósitos compulsórios, dinheiro que os bancos são obrigados a deixar guardado sem remuneração no Banco Central, chegou a R$ 99,2 bilhões.
Veículo: DCI