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A ANBIMA – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais divulgou o Ranking Anual de Mercado de Capitais Doméstico. Dividido em duas partes, Originação e Distribuição, o levantamento mostra também um retrato do desempenho da indústria durante o ano. A ANBIMA elabora quatro grandes grupos de ranking, com levantamentos para renda fixa, renda variável, operações híbridas e operações com empresas ligadas.
Segmento de Originação é dividido em dois Rankings: por valor e por número de operações. Enquanto o primeiro apresenta os valores originados pelas instituições coordenadoras e coordenadoras contratadas, o segundo contém o número total de operações originadas por estas mesmas instituições. Já o Ranking de Distribuição mostra os valores distribuídos pelas instituições que participaram do esforço de colocação dos papéis no mercado. Os rankings consideram dados de renda variável e renda fixa, sendo que os de renda fixa apresentam uma subdivisão entre operações de curto prazo (com vencimento até 365 dias), longo prazo (com vencimento superior a 365 dias), e securitização (divididos em FIDC e CRI).
Os rankings consideram o volume total de ofertas encerradas, porém, vale lembrar que o volume total de ofertas registradas de renda variável em 2009 foi de R$ 47,1 bi. Desse total, 76% das operações foram realizadas apenas no segundo semestre. No ano, a quantidade de ofertas saltou de 15, em 2008, para 24 em 2009. Apenas as ofertas de follow-on representaram 77% do total, com valor de R$ 36,3 bi proveniente de 19 operações.
De acordo com o vice-presidente da ANBIMA, Alberto Kiraly, em 2009 “os investidores adotaram uma postura mais conservadora, privilegiando ofertas de grande liquidez. O que se observou foi uma concentração em operações de grande porte e de empresas já negociadas em Bolsa”. Como resultado, ganharam destaque as ofertas com valor acima de R$ 1 bilhão. Das 24 ofertas, 10 foram acima deste volume, ou seja, 41,7%. Em 2007, quando o mercado esteve bem aquecido, apenas 23,7%, ou 18, das 76 operações, superaram R$ 1 bilhão.
As operações de renda fixa movimentaram o total de R$ 63,1 bi. Desse total 46,4% ou R$ 29,3 bi, foi captado via ICVM 476/09, sendo R$ 15,3 bi em debêntures e R$ 12,7 bi em notas promissórias. Já o volume de debêntures sem leasing foi 209% maior em 2009 (R$ 27,5 bi), do que em 2008 (R$ 8,9 bi). O prazo médio foi reduzido de 6,3 para 4 anos.
No que se refere às taxas, considerando apenas as indexadas pelo CDI, a maior concentração ficou entre 110% e 125% do referido índice. Destas, as emissões que tiveram bookbuiding, 56,3% saíram abaixo da taxa em 2009, um aumento em comparação aos anos anteriores 33,3% em 2007 e 12,5% em 2008.
No ano, foram captados R$ 22,6 bi em notas promissórias, sendo 70,1% no segundo semestre.
Veículo: Tendências e Mercado 08/02/2010