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Valor analisa a estreia do IFRS 16

O jornalista do Valor Nelson Niero faz uma análise da estreia do IFRS 16 nos balanços das companhias referentes ao primeiro trimestre. Intitulada “Os aviões pousaram nos balanços, e o estrago foi grande”, o jornalista diz que os investidores que tentarem decifrar os números de balanço referente ao período podem ter mais dúvidas do que certezas e  cita como exemplo do tamanho do impacto da nova norma contábil sobre arrendamento mercantil o aumento da dívida da Petrobras em mais de R$ 100 bilhões.  “Sim, quantias vultosas assim que andavam por aí, orfãs, foram agora reconhecidas por seus pais. Esse reconhecimento, como muitas vezes acontece nesses casos de paternidade tardia, foi imposto por força da lei”, diz o jornalista citando as normas internacionais de contabilidade, IFRS.

Nelson Niero destaca que, além da Petrobras,  o impacto no  balanço patrimonial foi mais forte nas companhias aéreas, no setor de varejo e nas empresas de base florestal, com reflexos no lucro líquido e em outros indicadores relevantes. Teve reflexos no resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).  “O Ebitda e o lucro operacional antes de impostos e juros (mas que considera depreciação e amortização e efeitos chamados de não recorrentes) tendem a crescer com a nova regra porque o dinheiro do arrendamento que antes ia para as linhas de custo ou despesa agora entra como depreciação, que o Ebitda já despreza, e como despesa financeira, que vem depois do resultado operacional”, observa em sua análise o jornalista.

O ideal, diz o jornalista, seria que todas as empresas tivessem refeito a base de comparação do mesmo período do ano passado sob os mesmos critérios. Mas a grande maioria das empresas se valeu da opção de não fazê-lo, pois seria mais complexo e custoso. “Na prática, a comparação serve apenas para se ter uma vaga impressão do que foi o resultado – uma perda significativa de informação num momento que seria importante saber como se comportaram as principais empresas do país num período complicado de economia estagnada e cenário político tumultuado”, destaca a análise.

Reportagem divulgada na edição impressa do Valor Econômico do dia 20 de maio de 2019.